Todo apoio à greve dos petroleiros em defesa dos empregos e por uma empresa 100% estatal

Os petroleiros completam nesta quarta-feira (5) o quinto dia de greve no país contra demissões, privatização e por direitos.

Foto: CUT

Mesmo após a determinação do TST (Tribunal Superior do Trabalho), via o ministro Ives Gandra Martins Filhos, que obriga que 90% dos trabalhadores mantenham produção habitual, a categoria permanece mobilizada em defesa da Petrobras, contra as demissões e o Pacote de Maldades de Bolsonaro e de Castello Branco.

Segundo atualização da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), desde o início da tarde desta terça (4) a categoria parou em 12 estados do país, e mais 30 unidades aderiram ao movimento, com destaque para cidades em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Na segunda (1), foram realizados importantes atos políticos, cortes de rendição e paralisação.  No RJ, quatro petroleiros e uma petroleira ocupam o quarto andar do Edise (Edifício Sede da Petrobras) desde sexta-feira última (31/1). Os trabalhadores estão sem comida, água potável e energia elétrica.

Eduardo Henrique, da Federação Nacional dos Petroleiros e da CSP-Conlutas-RJ, ressalta que “esta luta, que não é somente dos trabalhadores, mas é de toda população brasileira, seguirá firme em defesa de direitos, contra as demissões e a privatização da Petrobras”.

Na segunda (3), a Petrobras iniciou de divulgação de oportunidade para venda de parcela de sua participação de blocos exploratórios, pertencentes às concessões BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, localizadas na Bacia do Pará-Maranhão.

Conforme explica o petroleiro Eduardo, a Petrobras é operadora dos blocos, com 100% de participação na concessão BM-PAMA-3 e 80% de participação na concessão BM-PAMA-8, em parceria com a Sinopec Exploration and Production Brazil (Sinopec), que detém os demais 20%.

Nesse cenário, o desinvestimento será de até 50% na concessão BM-PAMA-3 e de até 40% na concessão BM-PAMA-8. Assim, a Sinopec poderá exercer direito de preferência na concessão BM-PAMA-8 para adquirir a participação da Petrobras.

Protesto – Em ato realizado no Edise nesta segunda-feira (3), Eduardo pediu apoio à população à greve dos petroleiros. “Apoiar a luta pela Petrobras como um vetor do desenvolvimento nacional, como geradora de empregos, lutar contra os desmonte da Petrobras, significa estar ao lado dos que hoje foram demitidos, como os trabalhadores e familiares da Fafen [Fafen-PR], que sentem esse ataque na pele, diretamente, e que para nós já é a perspectiva, pois se não lutarmos sofreremos com mais demissões em todo o país, com o fechamento de regiões e unidades inteiras, o que também significa um ataque à economia nacional”.

Para o dirigente, ainda é urgente que a mobilização ganhe corpo solidário classista na base de outros setores. “É preciso unificar com outras categorias, como os funcionários do Dataprev, em luta contra demissões e privatização, e expandir as lutas para fortalecer a greve nacional dos petroleiros”.

Ampliar a mobilização – Além das ameaças à Petrobras, mas também em função do descumprimento do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), tendo como principais exemplos o anúncio de fechamento da Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), com a ameaça de mais de mil demissões de petroleiros diretos e terceirizados da unidade e a tentativa de alteração unilateral das atuais tabelas de turno, a greve não tem data para acabar e novas adesões devem ocorrer ao longo do dia, uma vez que alguns petroleiros que não trabalham aos finais de semana deve discutir participação ao longo da semana em assembleias da categoria.

Sindicatos da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) unificaram e fortaleceram a greve nacional da categoria. Além das pautas em comum com a mobilização geral, como protesto às demissões da Fafen-PR, a federação luta também contra a implementação do banco de horas antes do negociado, alteração de padrões para retirada de direitos, precarização da AMS (Assistência Médica Supletiva), imposição e suspensão das negociações sobre tabelas de turno, redução de efetivo nos terminais, demissão por “baixo desempenho”, precarização das condições de trabalho, calote das dívidas com a Petros, calote na PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) e o imoral PPP (Premiação Por Performance).

Fonte: CSP Conlutas

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