Militares falam em “guerra civil”, apoiam Heleno e atacam STF

Carta assinada por dezenas de militares foi enviada ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

Foto: Reprodução da internet

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, recebeu uma carta em que militares alertam para uma “guerra civil” no Brasil, devido à falta de “decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça” do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é do portal UOL.

As declarações ocorrem após Augusto Heleno falar abertamente sobre “consequências imprevisíveis” no país, caso o presidente Jair Bolsonaro tiver o seu celular apreendido pelo STF. Bolsonaro pode ter o seu telefone examinado em uma investigação sobre suposta interferência política na Polícia Federal.

O próprio presidente da República defendeu o armamento da população para ajudar protestos contra o isolamento social. A declaração ocorreu durante reunião ministerial de 22 de abril, como mostram vídeos divulgados pelo STF.

Na carta, dezenas de militares da reserva manifestam “a mais completa, total e irrestrita solidariedade” a Augusto Heleno, em relação à nota emitida em 22 de maio. O texto acusa os ministros do STF de “sucessivas arbitrariedades, que beiram a ilegalidade e a desonestidade” e chama os magistrados de “bando de apadrinhados”.

Os oficiais afirmam ainda que houve “interferências descabidas, ilegais, injustas, arbitrárias e violentas” contra Bolsonaro, “sem fundamentação jurídica” e “apenas pelo bel-prazer de um ministro qualquer”.

A carta também diz que o STF “perdoa, apoia, põe em liberdade e defende criminosos”. Segundo os militares, “vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil”, em referência implícita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi homenageado na França e recebido pelo papa Francisco no Vaticano após sair da prisão.

Os militares fazem menção direta ao PT, ao escreverem que “menos mal ao país fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos”.

Por fim, o grupo militar diz que uma guerra civil pode ocorrer no país, em decorrência da atuação do poder Judiciário.

“Faltam a ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça. Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil”, dizem os apoiadores de Heleno.

Confira a seguir, na íntegra, a carta assinada pelos militares.

SOLIDARIEDADE AO GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA

Nós, oficiais da reserva do Exército Brasileiro, integrantes da Turma Marechal Castello Branco, formados pela “SAGRADA CASA” da Academia Militar das Agulhas Negras em 1971, e companheiros dos bancos escolares das escolas militares que, embora tenham seguido outros caminhos, compartilham os mesmos ideais, viemos a público externar a mais completa, total e irrestrita solidariedade ao GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, não só em relação à Nota à Nação Brasileira, por ele expedida em 22 de maio de 2020, mas também em relação a sua liderança, a sua irrepreensível conduta como militar, como cidadão e como ministro de Estado.

Alto lá, “ministros” do stf!

Temos acompanhado pelo noticiário das redes sociais (porquanto, com raríssimas exceções, o das redes de TV, jornais e rádios é tendencioso, desonesto, mentiroso e canalha, como bem assevera o Exmº. Sr. presidente da República), as sucessivas arbitrariedades, que beiram a ilegalidade e a desonestidade, praticadas por este bando de apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf, a maioria sem que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância.

Assistimos, calados e em respeito à preservação da paz no país, à violenta arbitrariedade de busca e apreensão, por determinação de conluio de dois “ministros”, cometida contra o General Paulo Chagas, colega de turma. Mas o silêncio dos bons vem incentivando a ação descabida dos maus, que confundem respeito e tentativa de não contribuir para conturbar o ambiente nacional com obediência cega a “autoridades” ou conformismo a seus desmandos. Aprendemos, desde cedo, que ordens absurdas e ilegais não devem ser cumpridas.

Desnecessário enumerar as interferências descabidas, ilegais, injustas, arbitrárias, violentas contra o Exmº Sr. Presidente da República, seus ministros e cidadãos de bem, enquanto condenados são soltos, computador e celular do agressor do então candidato Jair Bolsonaro são protegidos em razão de uma canetada, sem fundamentação jurídica, mas apenas pelo bel-prazer de um ministro qualquer.

Chega!

Juiz que um dia delinquiu – e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e decisões ao arrepio da lei – facilmente perdoa.

Perdoa, apoia, põe em liberdade e defende criminosos, mas quer mostrar poder e arrogância à custa de pessoas de bem e autoridades legitimamente constituídas. Vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil. Menos mal ao país fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos.

O cunho indelével da nobreza da alma humana é a justiça e o sentimento de justiça. Faltam a ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça. Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil. Mas os que se julgam deuses do Olimpo se acham incólumes e superiores a tudo e todos, a saborear lagosta e a bebericar vinhos nobres; a vaidade e o poder lhes cegam bom senso e grandeza.

Estamos na reserva das fileiras de nosso Exército. Nem todos os reflexos são os mesmos da juventude. Não mais temos a jovialidade de cadetes de então, mas mantemos, na maturidade e na consciência, incólumes o patriotismo, o sentimento do dever, o entusiasmo e o compromisso maior, assumido diante da Bandeira, de defender as Instituições, a honra, a lei e a ordem do Brasil com o sacrifício da própria vida. Este compromisso não tem prazo de validade; ad eternum.

Brasília, 23 de maio de 2020.

Fonte: Carta Capital

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