Força-tarefa apura se houve cooptação de funcionários e omissão por parte das instituições
Investigações da Operação Lava Jato indicam que contas abertas em cinco bancos no País serviram para lavagem de dinheiro. Recursos destinados a pagamento de propina teriam passado por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander. A informação é do site UOL.
Contas de empresas de fachada administradas por doleiros investigados na Lava Jato teriam movimentado valores próximos 1,3 bilhão de reais. O esquema teria contado com a cooptação de funcionários das instituições financeiras e falhas em sistemas de controle de operações suspeitas.
A Lava Jato apura, então, se os bancos adotaram todas as cautelas devidas para evitar a cooptação de funcionários e a lavagem de dinheiro, segundo o procurador da República, Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Há a suposição de que as instituições tenham se omitido.
As investigações apontam, no banco Bradesco, a maior transação: 989,6 milhões de reais. Em segundo lugar, aparece o Banco do Brasil, com cerca de 200 milhões. A quantia no Itaú chega a 94,5 milhões, seguido de Santander, 19,5 milhões, e Caixa, 4,1 milhões.
No dia 27 de setembro, a força-tarefa deflagrou a 66ª fase da Operação Lava Jato, que aprofunda a investigação da atuação de três gerentes e um ex-gerente do Banco do Brasil. Segundo o Ministério Público do estado do Paraná, eles foram cooptados por operadores financeiros para facilitar a realização de centenas de operações de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2014.
O MP afirma, em nota, que parte significativa do valor – 200 milhões – foi convertida em espécie para pagamento de propinas por empreiteiras que praticaram corrupção contra a Petrobras. Os gerentes estão vinculados a três agências em São Paulo e teriam recebido vantagens indevidas para burlar os mecanismos de prevenção de lavagem de dinheiro do Banco do Brasil.
Evidências apontam, diz o MP, que tais gerentes atuaram para encerrar registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro, o que teria dificultado a comunicação de operações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje, Unidade de Inteligência Financeira (UIF). Apurações internas do Banco do Brasil também indicaram novas provas de atuação de seus funcionários para facilitar as transações ilegais.
Fonte: Carta Capital