Bolsonaro confirma conversa com Queiroz sobre demissão de funcionária fantasma

Para o presidente, a demissão de funcionária que atuava primeiramente na casa da família e depois virou assessora é ‘mudança normal’

Foto: Catraca Livre

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira 28, que tratou com Fabrício Queiroz sobre a demissão de uma funcionária fantasma do gabinete do filho Carlos. Cileide Barbosa Mendes, de 43 anos, trabalhou na casa da família Bolsonaro desde os anos 90 e chegou a ser nomeada no gabinete de Carlos Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Jair Bolsonaro disse que todos os funcionários dos filhos estavam cientes de possíveis demissões por conta da mudança para Brasília, e que essa prática era uma “mudança normal”, sem “nada para espantar”.

“Não é fantasma. Esse pessoal quer pegar fantasma e ‘rachadinha’. Eu nunca neguei que encontrei um bom soldado de infantaria. Nunca neguei minha amizade por ele. Depois do que aconteceu, eu me afastei, senão seria acusado de obstruir a Justiça. Não somos casados.”, disse o presidente.

O chefe de gabinete de Carlos – que foi reeleito vereador do Rio de Janeiro -, Jorge Luiz Fernandes, afirmou à reportagem que Cileide trabalhou como assessora e que foi demitida após concluir um curso que fazia. Fernandes também disse que Cilene trabalhava, na prática, na casa utilizada pelos Bolsonaro para abrigar o escritório da família, e que chegou a prestar serviços parlamentares atendendo telefonemas.

As revelações surgem de uma sequência de áudios de Fabrício Queiroz obtidos por jornais. Na quarta-feira 24, o jornal O Globo divulgou uma gravação em que Queiroz afirma sobre cargos que poderiam ser ocupados no Congresso e que beneficiariam um esquema pelo qual ele é investigado.

O ex-assessor de Flavio Bolsonaro e o atual senador são investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pela prática da “rachadinha”, que consiste em dividir o salário de funcionários parlamentares e entregá-los de volta para o responsável pelo gabinete. Flávio nega ter conhecimento da prática, apesar de Queiroz já ter admitido que a fazia.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado […] Vinte continho pra gente caía bem”, diz o ex-assessor na gravação. Para o presidente, o áudio era ‘bobo’. “O Queiroz cuida da vida dele, eu cuido da minha”, disse.

Nesse domingo 27, em mais um áudio revelado, Queiroz afirma temer as investigações do Ministério Público e acusa um terceiro não identificado como protegido. “É o que eu falo, pô. O cara lá tá hiper protegido. Eu não vejo ninguém mover nada pra tentar me ajudar. O MP tá com uma pica do tamanho de um cometa pra enterrar na gente e não vi ninguém agir”, reclama.

Fonte: Carta Capital

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