A sessão extraordinária que discutiu o Projeto de Lei Escola Sem Partido foi marcada por tumulto e discussões na Câmara Municipal de Belo Horizonte na noite dessa quarta-feira (9). Mais cedo, um professor foi agredido por seguranças da Casa, e, na reunião da noite, houve uma briga entre vereadores.
Os parlamentares que se envolveram na discussão foram Mateus Simões (Novo) e Gilson Reis (PCdoB). A TV Câmara flagrou o momento em que Gilson foi empurrado por Mateus e caiu no chão, enquanto a vereadora Bella Gonçalves (PSOL) tentava recorrer sobre um requerimento
O tumulto fez com que os ânimos se aflorassem ainda mais na Câmara e a reunião ficou suspensa por 15 minutos. Segundo Mateus, ele teria sido empurrado primeiro. “Você não me empurra”, disse a Gilson Reis. “Você que empurrou ele e agrediu fisicamente o vereador”, respondeu Bella.
Pelas redes sociais, Mateus Simões pediu desculpas pelo ocorrido e ressaltou que antes de empurrar Gilson foi atingido por uma cotovelada. “O vereador Gilson Reis veio gritando em minha direção falando pra eu me afastar do microfone e me deu um cotovelada na altura do abdômen. Eu reagi e me arrependo. Empurrei o vereador pelo peito, mas ele não lembrou que gritava em minha direção e diz simplesmente que foi agredido”.
Por sua vez, Gilson Reis disse que vai tomar providências e que uma queixa será prestada na polícia. “Chegamos ao limite. Vamos tomar providências e apresentar queixas na polícia. Não podemos ter violência. Eu nunca vi isso na Câmara Municipal”, disse o parlamentar do PCdoB.
Após a sessão ser retomada, o PL acabou não sendo votado e estará na pauta da Reunião Ordinária desta quinta-feira (10). O vídeo da reunião pode ser visto clicando aqui.
Escola Sem Partido
O PL tem dividido opiniões entre os vereadores nas reuniões plenárias, desde o mês de setembro. O texto determina a criação do Programa Escola Sem Partido, disciplinando o exercício docente nas unidades de ensino da capital.
A proposta tem, entre outras diretrizes, garantir o “direito dos pais sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos”, proibindo que as escolas se envolvam na orientação sexual dos alunos ou que apliquem o que o projeto define como “ideologia de gênero”.