Por: Glória Trogo, de Belo Horizonte (MG) e Lucas Ribeiro Scaldaferri, de Salvador (BA)
Escrevemos essas linhas a poucas horas da eleição mais importante da história recente do Brasil… e das nossas vidas. A essa altura do campeonato não temos mais orientação política para fornecer. O que nos resta é seguir nas ruas e nas redes sociais defendendo nossas bandeiras. Mas queremos encerrar a véspera da eleição com um dedinho de prosa de uma mineira e de um baiano.
O perigo do autoritarismo ronda o Brasil. Estamos todos preocupados com nosso futuro. Temos razão para estarmos assim, afinal um candidato prega o ódio contra as liberdades democráticas e os direitos sociais.
Temos corpos e mentes cansados. A insônia e os pesadelos tem sido companheiras de muitos de nós. Não é para menos pois o inominável e seus aceclas querem que voltemos para o armário e para a cozinha.
O final do primeiro turno foi dramático com a eminência da eleição encerrar ali. Mas quando muitos já estavam cabisbaixos uma onda de esperança começou a surgir nos quatro cantos do país.
Milhares de pessoas descobriram durante a semana como é bom e prazeroso ser ativistas das melhores causas. Pessoas de todas as idades, gêneros e raças mudaram a rotina de suas vidas e dedicaram algum tempo para disputar os rumos do Brasil.
Em todas as regiões do país vimos pessoas comuns botarem banquinha com café e bolo para conversar com indecisos. As praças voltaram a ser ocupadas por um movimento unificado, superior e independente do petismo. Muitos aliás, assim como nós, não tem ilusão no petismo e não defendem as mesmas bandeiras do PT.
Não sabemos ainda a força e a profundidade deste movimento. Não sabemos ainda se seremos maioria eleitoral no final do dia hoje.
Seja qual for o resultado de hoje sabemos que este movimento que tomou as ruas nos últimos dias, estas pessoas que usaram uma plaquinha de papelão pra lutar contra o fascismo, as universidades que enfrentaram a onda neofascista sob a repressão dos tribunais e tantos outros exemplos que vimos pelas ruas do Brasil são uma força viva que deve seguir organizada para lutar e resistir.
Lutar de forma coletiva e planejada. Engajar-se num projeto maior do que nós mesmos, mais do que nossa vida e nossos dilemas individuais. Este é o desafio do nosso tempo e da nossa geração, marcada por um individualismo feroz.
Somos, todos nós, e não apenas os que assinam este texto, aqueles que “tentam ser o que a gente é pra ir além” aqueles que carregam, como diz o poeta mineiro: “apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.
Vamos “de mãos dadas”, juntos e organizados oferecer o que temos de melhor para mudar o presente e construir o futuro.
“Hoje foi mais um dia de virar votos”
Fonte: Esquerda Online