Organizações entendem que a queda do ministro é uma vitória dos estudantes. ‘Não aceitaremos nenhum projeto que ataque nossa educação’
As entidades estudantis União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG) consideraram a saída de Abraham Weintraub, do Ministério da Educação, uma “vitória dos estudantes”.
Em nota divulgada nesta quinta-feira 18, as instituições cravam que, em pouco mais de um ano frente ao MEC, Weintraub foi o “pior ministro da história”. “Retirou recursos da educação, ofendeu as universidades públicas, ignorou os debates sobre o FUNDEB, atacou a autonomia universitária e transformou o MEC numa verdadeira ferramenta ideológica bolsonarista, por isso ganhou a ira e o repúdio de toda a comunidade da educação: estudantes, professores, técnicos e cientistas”, acrescentam.
As organizações ainda atrelam a queda do ex-ministro ao movimento estudantil iniciado no ano passado e batizado de “Tsunami da Educação”. “Fruto da luta daqueles que não aceitam ataques à democracia e à constituição, e é sobretudo um recado para esse governo: não aceitaremos nenhum projeto que ataque a nossa educação”, atestam.
As instituições afirmam seguir vigilantes quanto à próxima nomeação ao ministério e alertam que a manutenção das mesmas ideias de Weintraub não trará melhoras para a educação. No entanto, reconhecem que a saída do ministro representa uma grande derrota ao governo. “Bolsonaro perdeu o seu ministro mais fiel e um ferrenho defensor de sua agenda ideológica, por isso essa nossa conquista representa uma enorme derrota ao governo.”
A UNE, Ubes e ANPG ainda cobram uma discussão mais profunda acerca do Enem. Antes de sair, o ministro Abraham Weintraub anunciou que os estudantes poderiam escolher as datas da prova por uma enquete no site do Inep, no período de 20 a 30 de junho.
Por fim, as instituições cobram uma educação de qualidade, capaz de reduzir desigualdades e alcançar uma sociedade mais justa. “Rejeitaremos qualquer ministro e projeto que se contraponha a isso”, afirmam.
Fonte: Carta Capital