Direita escolhe seus inimigos: Negros em propaganda de banco e cursos de sociologia

por Editorial do Esquerda Online

Foto: Reprodução da internet

O ditado “cabeça vazia, oficina do diabo” parece ser bem aplicado para a militância de direita. Principalmente na hora deles escolherem os inimigos.  Por exemplo, um alvo recente de seus ataques foi uma propaganda do Banco do Brasil em que aparecia mulheres negras tirando selfie. Bolsonaro gastou seu tempo vetando a propaganda. E a militância da direita aplaudiu. Teve gente que comemorou dizendo que “dinheiro público não vai mais para agência publicitária esquerdista”. Uma mulher negra tirando selfie agora é propaganda esquerdista.

Com essa atitude, Bolsonaro prejudica a imagem do Banco do Brasil. Um dos planos do governo é privatizar a empresa. Além de demonstrar explicitamente seu racismo, o presidente pode ter motivos econômicos para jogar o nome do banco público na lama.

Outro inimigo escolhido pela militância de direita são os cursos de humanas. Historicamente eles sempre receberem menos verbas públicas. No entanto, o governo quer menos verbas ainda. Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o governo deve investir em cursos que têm “retorno para a sociedade”, como medicina, engenharia e veterinária.

Sem assistente social, não tem Bolsa Família. Sem pedagogo, não tem educação infantil. Todo médico, engenheiro ou veterinário passou por alguém com formação em pedagogia ou letras para se alfabetizar. Sem sociólogo não tem como organizar as pesquisas que fazem o cálculo do desemprego. Pensando bem, dá para entender o ódio de Bolsonaro aos sociólogos.

E a militância de direita? Aplaudiu, claro. “Curso de humanas não serve para nada” e “curso de humanas é coisa de esquerdista”, foram algumas das asneiras mais faladas. Bom, quem acredita que o nazismo era de esquerda realmente não vê utilidade em estudar história, sociologia ou qualquer ciência humana.

Mas o próprio ministro da Educação parece não concordar totalmente com a frase “curso de humanas não serve para nada”. Ele disse que quem quer quiser estudar filosofia pode fazer, mas com dinheiro próprio. Ou seja, para gente rica, tudo bem. Pobre estudando filosofia, aí já é demais.

Enfim, parece que a direita escolhe aqueles inimigos mais fáceis de se enfrentar. Sociólogo não faz mal para ninguém. Uma propaganda de banco no máximo vai convencer alguém a abrir uma conta. O desemprego, que subiu em março, não foi escolhido como alvo pela direita.

Fonte: Esquerda Online

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