Mudança de status do novo coronavírus foi anunciada pela OMS, que se diz ‘profundamente preocupada’ pelo alastrar da doença no mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou o status do novo coronavírus, o Covid-19, e afirmou que a doença pode ser caracterizada como uma pandemia. Até o momento, são mais de 118 mil casos confirmados e cerca de 4300 mortes ao redor do mundo.
“Estamos muito preocupados pelos níveis alarmantes de disseminação”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS.
Um grau mais elevado que a epidemia, nome dado a um grande surto que atinge uma região ou um país, a caracterização de pandemia diz respeito ao estágio em que a doença se propaga mundialmente.
De acordo com a OMS, o coronavírus já está presente em 114 países, mas a maior ocorrência de óbitos está na China. Nas últimas duas semanas, os casos se multiplicaram em 13 vezes fora do país asiático.
Todos os 27 países da União Europeia registraram casos. Só a Itália superou 10 mil infectados, com mais de 630 mortes. A França e a Alemanha já ultrapassaram mil ocorrências. O Irã também já apresentou cerca de 9 mil casos e tem mais de 350 mortes.
No Brasil, são 36 pacientes com infecção confirmada, em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
“Pandemia é uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, disse Tedros Ghebreyesus. “Descrever a situação como uma pandemia não muda a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não muda o que a OMS está fazendo, nem o que os países devem fazer.”
Segundo o diretor executivo da OMS, Michael Ryan, a decisão de fechar instituições como medida de prevenção ao coronavírus deve ser baseada nas avaliações de risco de cada país. Ele afirmou que todos os países precisam aceitar que a doença pode se espalhar de forma incontrolada por todo o mundo, portanto, é necessário focar as energias nas ações dos sistemas de saúde para reduzir as fatalidades.
“Nesse momento, nós podemos oferecer nosso auxílio, informações para situações específicas, mas não determinar o que eles devem fazer em relação a fechamentos ou medidas específicas”, disse Ryan.
A OMS declarou que está tentando ampliar os mecanismos de monitoramento em países da África, continente onde a doença progride. A entidade alertou para os maiores riscos às nações que têm sistemas de saúde mais fragilizados.
Fonte: Carta Capital