STF julga nesta terça-feira (19) o caso da senadora, presidenta do Partido dos Trabalhadores, e porta-voz de Lula
Nesta terça-feira (19), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelos casos da Operação Lava Jato, inicia o julgamento do processo contra a presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), a senadora paranaense Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro dos governos petistas, Paulo Bernardo.
Gleisi é acusada pela Procuradoria Geral da República (PGR) de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente haver recebido R$ 1 milhão em espécie, desviado da Petrobras, para financiar sua campanha de 2010.
As inconsistências na peça de acusação, segundo Carlos Árabe, secretário de comunicação do PT, acendem o alerta dentro do partido para o real motivo do processo: silenciar a principal porta-voz do pré-candidato à presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a ofensiva contra a presidenta do partido faz parte de uma estratégia orquestrada para anular a participação da legenda na corrida eleitoral de 2018.
“Se a gente pegar a ordem dos alvos que esse processo, essa sequência premeditada de ataque ao PT e à esquerda de modo geral, tem tido, podemos situar um ataque geral à esquerda e ao que ela representa, um ataque específico ao Lula e ao poder de representação de massas que ele tem. E nesta sequência, a Gleisi é o alvo que vem em seguida. Ela, de fato, é a porta-voz, escolhida pelo Lula e reconhecida pelo partido, do nosso candidato à presidência”.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a senadora afirma que o processo contra ela é mais “um capítulo da perseguição dos procuradores da Lava Jato contra o Partido dos Trabalhadores”. Segundo ela, a acusação é fantasiosa. “Há quatro anos, eu e minha família temos que conviver com o peso de acusações falsas, produzidas num acordo entre promotores e criminosos condenados em troca de benefícios penais e financeiros para os delatores”, afirma.
No vídeo, a senadora diz que jamais conheceu o delator, ex-diretor da Petrobras, que teria afirmado que o pagamento a ela seria em troca do uso do cargo que ocupava para sua manutenção à frente da diretoria da empresa. “Em 2010, antes de ser senadora, eu não tinha função pública. Fazia quatro anos que eu não exercia nenhum cargo em nenhuma esfera de governo. Ou seja, era impossível que eu utilizasse qualquer cargo público, se eu nem tinha cargo. E sequer conhecia Paulo Roberto Costa”.
Delação não é prova
O caso da senadora Gleisi Hoffmann chegou ao STF há mais de três anos. A acusação se baseia nas delações premiadas de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, que teriam relatado o pagamento de R$ 1 milhão a Paulo Bernardo para financiar a campanha da esposa ao Senado. Segundo a PGR, o dinheiro teria sido entregue ‘em espécie’, supostamente, por intermédio de Ernesto Kugler, um empresário ligado ao casal, que também é réu na ação.
Fonte: Brasil de Fato