Estudantes se unem em mais de 300 cidades do país para derrotar os cortes na educação

Movimento Estudantil unificado para derrotar os cortes na educação!

Foto: Giselle Camargos/Coletivo Alvorada

O atual momento da conjuntura brasileira exige coragem, algo que nunca faltou aos estudantes brasileiros. Ao longo de suas mais de oito décadas, a União Nacional dos Estudantes se constituiu como a entidade defensora das liberdades democráticas e do Brasil, através da luta por uma educação de qualidade e emancipadora. “Resistir” não é uma palavra nova para a UNE. A entidade foi capaz de atravessar os momentos mais difíceis do nosso país, sendo linha de frente no enfrentamento aos regimes autoritários. Nos dias atuais, é fundamental que a nossa voz altiva e independente ecoe cada vez mais alto. Os desafios são imensos, mas não são maiores do que tudo aquilo que nos une!

Com continuados ataques à democracia e ao Estado Democrático de Direito, o governo federal já demonstra compromisso com o desmonte da educação desde a implementação da Emenda Constitucional 95 que congelou investimentos na educação por 20 anos. Com a eleição de Bolsonaro, após a exoneração do ministro Ricardo Vélez Rodriguez, que afirmava que “a ideia de uma universidade para todos não existe”, foi nomeado para a educação Abraham Weintraub ligado ao mercado financeiro e que na prática é outro seguidor das ideias absurdas que negam a política, a história e até mesmo a ciência. O resultado continuou sendo desastroso!

Primeiro, Bolsonaro e seu ministro anunciaram que investiriam menos nas áreas das humanidades. Depois anunciaram um grande corte nos recursos da educação de em média 30% do orçamento de cada universidade e Instituto Federal. Para piorar a situação, justificaram tais medidas através da absurda afirmação de que as universidades brasileiras promovem “balbúrdia”. Mas não para por aí! Os cortes estão sendo estendidos de forma generalizada para as bolsas de mestrado e doutorado da Capes.

Estes cortes ameaçam o futuro do Brasil! É na universidade pública que se realiza boa parte da produção científica existente no país. É lá também que a juventude deposita suas expectativas para mudar a sua vida e de suas famílias. Defender a educação pública e barrar os cortes de Bolsonaro e Weintraub é, portanto, tarefa imediata do movimento estudantil.

Alunas do Ensino médio participam de ato em Belo Horizonte/MG Foto: Giselle Camargos/Coletivo Alvorada

O legado de conquistas da UNE e dos movimentos populares é ameaçado com estes cortes. O atual ministro já afirmou que “a expansão do ensino superior nos governos passados foi uma tragédia”. Na realidade essa expansão foi uma grande vitória do movimento estudantil, pois possibilitou o acesso à universidade de milhares de estudantes em todo o país. Cursos noturnos foram criados para que a classe trabalhadora pudesse estudar, as universidades foram interiorizadas e Institutos Federais foram criados. Tudo isso é atacado no governo Bolsonaro, que deseja erradicar tudo aquilo que foi conquistado no último período.

Para nós, a defesa da educação passa pela garantia de qualidade. Mas também é fundamental lutar pela continuidade da popularização do ensino superior. A universidade mudou de cara nos últimos anos e, apesar de ainda haver um longo caminho pela frente, é evidente que pessoas de baixa renda puderam começar a acessar este instrumento de transformação social. Políticas como o ProUni, a reserva de vagas, o Reuni e as cotas contribuíram muito para esse momento. Quando se cortam bolsas são os estudantes trabalhadores que primeiro sentem os efeitos, mas é também a produção científica das universidades que sofre. Por isso não daremos nenhum passo atrás na construção de uma universidade popular.

Para defender a educação é necessário também denunciar o Estado de Exceção que vivemos, que assassina a reputação do ex-reitor da UFSC Luis Carlos Cancellier, obriga ao auto-exílio pessoas como a pesquisadora Débora Diniz e o professor universitário e ex-deputado federal Jean Wyllys, mata brutalmente a socióloga e ex-vereadora Marielle Franco e aprisiona arbitrariamente o ex-presidente Lula, cujo processo ilegal precisa ser revisto e sua liberdade imediata!

Neste mesmo contexto, os movimentos sociais são fortemente perseguidos. Os Centros Acadêmicos são chamados de “ninhos de rato” pelo Presidente da República, forças conservadoras e retrógradas ameaçam constituir a CPI da UNE e o próprio governo tenta criar um novo Documento de Identificação Estudantil, com o objetivo de atacar a principal fonte de financiamento do movimento de estudantes. Assembleias e Aulas Públicas são impedidas de ser realizadas nas universidades e com isso a autonomia e livre organização dos estudantes é cerceada. Não é coincidência o fato de a maior ofensiva por parte do governo Bolsonaro ser nas universidades que receberam eventos do movimento estudantil, como a UFBA, a UFJF, a UFF e a UnB. Por isso é fundamental defender a União Nacional dos Estudantes e o movimento estudantil de todos os ataques proferidos por Bolsonaro.

Não daremos nenhum passo atrás! Nesse momento é possível darmos um salto na organização e no enraizamento nas universidades, fortalecendo as entidades estudantis na base e dialogando com cada vez mais estudantes. Temos como tarefa estar nas ruas no dia 15 de maio, em defesa da educação pública e contra os ataques que expulsam negros e negras, indígenas, LGBTs e a classe trabalhadora das universidades.

A partir do diálogo precisamos construir convergência com amplos setores da sociedade em torno da defesa da educação, da democracia e das conquistas históricas do nosso povo. Para tanto, convocamos a unidade da Frente Brasil Popular que nos últimos anos tem se constituído como um importante pólo de resistência ativa. Através disso acumularemos forças para ampliar e enfrentar este novo ciclo político que se impõe e emplacar derrotas ao projeto de Bolsonaro. Organizaremos, coletivamente, um grande movimento capaz de derrotar os cortes, o projeto de Bolsonaro para a educação e a Reforma da Previdência.

Para que a UNE lidere esse processo de resistência, defendemos que unidade é caminho para fortalecer a nossa voz! Somente de mãos dadas, caminhando lado a lado e resguardando o espaço para as divergências, é que estaremos no rumo certo, apontando para dias melhores.

ASSINAM ESTE MANIFESTO

Canto de Esperança, Coletivo Luta, Enfrente, Juventude Socialista Brasileira, Levante Popular da Juventude, Movimento Kizomba – É na luta que a gente se encontra, Mutirão, PARATODOS, Quilombo, Reinventar.

#TsunamiDaEducação  #30MvaiSerMaior #30M  #15M

Assine a petição pública contra os cortes na educação Técnica e Superior:

http://peticaopublica.org/nao-aos-cortes-na-educacao-basica/

Fonte: UNE

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