Profissionais também apontam erros que as pessoas costumam cometer para garantir a boa forma
Algumas pessoas buscam uma dieta saudável, seja para ficar com o corpo em forma ou para prevenir e combater doenças. Uma alimentação equilibrada é aquela que proporciona qualidade de vida, pois ela é responsável por fazer nosso corpo funcionar adequadamente, respondendo a todas as funções e auxiliar na prevenção para qualquer doença. Eliane Teixeira, endocrinologista e pós-graduada em nutrologia, explica que nosso corpo busca se proteger das ameaças externas que, ao reagir com o organismo, podem provocar efeitos adversos, e para que isso não ocorra é preciso se alimentar bem.
“Nosso corpo é uma máquina muito sensível e devido a isso sofremos impacto com a exposição de diversas substâncias como, por exemplo, os raios solares e até a comida que comemos. Essas substâncias externas interagem com nosso sistema endócrino hormonal, podendo levar ao desequilíbrio, acarretando diversas alterações de impacto imediato ou tardio e contribuindo para o aparecimento de doenças. Para evitar isso, é importante saber fazer boas escolhas, principalmente em nossa alimentação”, ressalta.
Outro fator que pode estar relacionado à má alimentação é o desequilíbrio hormonal. Os hormônios são os mensageiros químicos do corpo. São eles que regulam crescimento, desenvolvimento e reprodução, entre outras funções. Já no quesito peso, podem determinar ganho ou perda de quilos, pois são eles que levam ao cérebro a informação de que estamos satisfeitos, após uma refeição, ou que é preciso produzir insulina para quebrar as moléculas de açúcar. “A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose (açúcar) nas células. Se a glicose não consegue entrar nas células, acumula-se na corrente sanguínea, podendo levar a doenças como diabetes mellitus, obesidade e câncer”, diz.
A médica também sugere alimentos que possam ajudar na regularização dos hormônios. “Alimentos ricos em fibras e gorduras boas devem ser incluídos na alimentação, a fim de tentar controlar o aumento de insulina”, sugere. Mas Eliane chama a atenção para a necessidade de acompanhamento médico. Segundo ela, cada organismo tem sua particularidade. “Para se ter uma dieta equilibrada, essa deve ser avaliada como um todo. E não isolar um tipo exclusivo de alimento ou refeição. Em momentos específicos da dieta, pode-se incluir quase que qualquer tipo de alimento, levando em consideração a individualidade da pessoa, como objetivo, idade e presença de doenças preexistentes.”
Atualmente, com a rotina corrida, as pessoas acabam ingerindo produtos industrializados e agrotóxicos. Muitos buscam nos produtos orgânicos, cultivados de maneira especial, livres de agrotóxicos e produzidos em solo trabalhado uma alternativa para manter uma boa alimentação. Em relação aos alimentos de origem animal, eles são livres de hormônios de crescimento, como anabolizante, por exemplo. A bancária Laiana Benevenuto, de 33 anos, consome orgânicos há pouco mais de um ano e conta que, até então, observou melhoras significativas em seu organismo. “Tenho constatado muitos benefícios, como melhora da imunidade, disposição, energia, sem contar que o alimento fresco, cultivado de forma sustentável e que cresceu no tempo certo, tem aroma e sabor diferenciados”, afirma.
Outra adepta dos orgânicos é a jornalista Noélia Bonfim Silva, de 25, que, assim como Laiana, também tem obtido muitos benefícios. Ela, inclusive, tem uma horta com produtos orgânicos em casa. “Comecei a cultivar minhas plantas em 2015, quando fui morar no Rio com outras duas mineiras. Hoje, moro sozinha e tenho em casa ora-pro-nóbis, manjericão, alecrim e cebolinha apenas. São plantas de ciclo curto, então estou sempre trocando e arrumando mudas novas e variadas”, conta.
Para Noélia, o fato de consumir esses produtos e ter uma horta orgânica traz benefícios não só para o corpo, mas também para a mente. “Além dos benefícios terapêuticos do cultivo em si – contato com a terra, o cuidado diário etc. -, uma horta urbana representa economia, autonomia e garantia de qualidade. Você pode evitar insumos químicos e outras interferências utilizadas por grandes produtores. Além disso, com o acesso à informação que a internet nos propicia, ficou tudo mais fácil. Você pode, inclusive, replantar alimentos que compra no mercado para não precisar pagar por eles novamente”, explica.
O nutrólogo Guilherme Ferreira Matos afirma que o consumo de orgânicos é essencial e não há restrição, mas alerta que mesmo assim a boa higienização é essencial. “A vantagem de consumir o alimento orgânico é não colocar para dentro do corpo substâncias que podem ser prejudiciais quando usadas por tempo prolongado. O fato de não ter inseticidas ou outros agrotóxicos faz com que o alimento orgânico seja indicado para qualquer pessoa, apenas respeitando o fato de ela ter alergia ou não ao mesmo. E, como estamos falando de alimentos, o fato de ser orgânico não exclui o fato de uma boa higienização para consumo ou preparo correto para levá-lo à mesa”, ressalta.
O também nutrólogo Lucas Penchel evidencia características que não são encontradas em alimentos não orgânicos. “Eles são mais nutritivos, saborosos e livres de produtos químicos. Contêm mais antioxidantes, vitaminas e micronutrientes do que os alimentos não orgânicos. Além disso, esse tipo de alimento tem níveis mais baixos de nitrato, responsável por aumentar os riscos de certos tipos de câncer”, afirma.
Além de bons hábitos alimentares, é preciso que o indivíduo tenha uma boa qualidade de vida, como indica a nutricionista Raphaela Cordeiro. “Para uma alimentação saudável, a dica é descascar mais e desembalar menos! Organizar a vida e a dieta para que possamos a cada dia diminuir o consumo de alimentos processados e, especialmente, os multiprocessados, pois esses, sim, são grandes os vilões na alimentação. Devido ao processo de industrialização, eles perdem nutrientes e ganham fatores antinutricionais que podem trazer inúmeros malefícios para a nossa saúde, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e alergias.”
Outra dica é evitar pegar sugestões e dietas pela internet, como alerta a nutricionista Stefani Rocha. “É muito comum as pessoas buscarem por condutas e estratégias nutricionais postadas em blogs. Mas isso é um grande erro, pois ninguém é igual a ninguém, e para cada pessoa existe uma individualidade fisiológica, e das diversas receitas nutricionais, existem exceções. Para conhecer e saber mais sobre receitas e estratégias nutricionais, é preciso consultar um nutricionista.”
Fonte: Portal UAI