Assassinato da vereadora Marielle Franco provoca indignação e tristeza

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) na noite desta quarta-feira (14), provocou reações indignadas e muita tristeza. Parlamentares e lideranças políticas se manifestaram através das redes sociais. A vereadora, cuja atuação foi marcada pela defesa dos direitos humanos e contra abusos policiais, foi executada no centro do Rio de Janeiro depois de participar de uma roda de conversa denominada “Mulheres Negras Movendo Estruturas”. 
“Extremamente chocada (…) Tristeza demais”, afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ao tomar conhecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco. A deputada definiu a vereadora como “uma menina empoderada, com brilho próprio, repleta de sonhos e vereadora com um ano de trabalho. É difícil de acreditar”. Solidária, Jandira desejou força aos familiares e amigos de Marielle, assim como seus companheiros de jornada do PSOL. 

A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) também se manifestou através das redes sociais. A parlamentar comunista se disse “chocada e triste” e enviou um abraço à família e aos companheiros e companheiras do PSOL. Manuela enfatizou que “ninguém vai calar as mulheres que lutam” e exigiu apuração já! ‬

O PSOL publicou a nota “Marielle Franco, presente!”: “O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!” Já o deputado estadual Wanderson Nogueira, (PSOL) afirmou que está “muito abalado, assustado, surpreso”. Segundo o parlamentar “Marielle sempre foi muito combativa, trabalhou nos direitos humanos com o Freixo e sempre deu voz às pessoas atacadas pelas forças”.

O Comitê Municipal do PCdoB do Rio de Janeiro também divulgou nota onde afirma que “a morte de Marielle Franco deixa a todos consternados. Uma jovem mulher, vereadora, lutadora dos direitos humanos, da juventude e na defesa das mulheres. Era presidenta da comissão de direitos das mulheres da Câmara de Vereadores do Rio”. O partido destaca que a jovem parlamentar vinha denunciando a violência policial nas comunidades do Rio de Janeiro. Para os comunistas cariocas, “Marielle deixa um exemplo de luta e que nos serve de inspiração, mostrando que suas ideias continuam”. A direção comunista cobra “apuração rigorosa, que apure e puna os executores. Que não seja mais um caso da violência cotidiana que assola a cidade”.

O presidente estadual do PT também manifestou “profundo pesar pela tragédia ocorrida essa noite com a vereadora Marielle, do PSOL, e com o companheiro que a acompanhava no carro”. Para o dirigente petista Washington Quaqua, Marielle “parte muito precocemente e deixa um legado, além de um futuro de lutas a favor do povo e de uma sociedade justa e igualitária”. Ele afirma ainda que “é preciso que as forças de segurança sejam rápidas e eficientes na apuração das circunstâncias deste crime que consterna a todos nós”.

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o crime é “chocante” e tem características de execução. Ele cobrou investigação do caso. “É chocante, trágico, um absurdo e não pode ser mais um daqueles 90% de homicídios que ficam sem qualquer apuração”, afirmou o deputado. Sobre sua correligionária, Alencar afirmou que “ela tinha atuação muito bonita, muito forte, na Maré, onde nasceu. Era uma pessoa muita ativa, mas inteiramente da paz. E tinha um mandato promissor”.

O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha afirmou, em nota, que Marielle era uma “vereadora combativa, humana, partícipe de todas as lutas populares”. “Inaceitável tal crime brutal”, completou.

O deputado estadual Carlos Minc (sem partido) disse que, pouco antes de ser assassinada, Marielle denunciou um episódio de violação dos direitos humanos na favela de Acari. “Horror! Tristeza! Combativa vereadora Marielle Franco (PSOL) assassinada a tiros em carro no Estácio. Domingo ela denunciou brutalidade policial no Irajá. Sempre a encontrava cheia de alegria em atos políticos, paradas LGBT, no Circo, na Fundição! Arrasado.Viva Marielle”.

O senador petista Lindbergh Farias (PT) também escreveu sobre a morte de Marielle em sua página no Twitter. “Com o coração cheio de tristeza recebo a notícia do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL. Uma jovem feminista cheia de vida, combativa e promissora. Uma das novas lideranças mais expressivas da esquerda carioca. Minha solidariedade aos familiares, amigos e aos que lutam por um mundo justo. As circunstâncias deste crime devem ser investigadas com o maior rigor.”

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também manifestou “profundo pesar diante do assassinato de nossa companheira e vereadora do PSOL Marielle Franco, e do companheiro que a acompanhava”. A nota afirma ainda que “Marielle uma amiga do MST e militante destacada na defesa dos direitos humanos e da igualdade social, deixa um legado de lutas em favor da classe trabalhadora”. O MST também exige rápida apuração para que a impunidade não prevaleça.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-RJ também divulgou nota em que manifesta seu pesar e sua revolta com o assassinato da vereadora Marielle Franco. Para a central, a morte de Marielle é “uma perda de todos e todas aqueles/as que lutam pela construção de uma sociedade mais justa, livre de preconceitos, onde a pobreza não seja criminalizada e que os direitos das mulheres e da população negra sejam respeitados”. “A CTB Rio de Janeiro manifesta solidariedade aos amigos, parentes, equipe e companheiros/as de luta e exigimos, de todas as autoridades, a apuração firme e transparente, assim como a punição de todos os responsáveis.” Por fim a nota da central afirma que “a luta de Marielle nos serve de inspiração e seguiremos nas ruas e nas lutas em defesa de um mundo melhor e mais justo, mundo este que motivou a militância da companheira da qual tão cedo nos despedimos”.

Em nota assinada por sua presidente, a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa manifestou seu pesar pelo crime cometido contra a vereadora Marielle, do PSOL e o companheiro que a acompanhava no carro. Segundo a parlamentar, “Marielle era uma combativa vereadora e militante por direitos humanos e da igualdade social e racial, uma guerreira dos direitos das mulheres e nos deixa prematuramente de forma trágica, que infelizmente reforça uma de suas bandeiras, que era a segurança publica”. A deputada comunista encerra afirmando que “ficaremos atentas para que Marielle não seja apenas mais uma nas tristes estatísticas da criminalidade em nosso estado”.

Execução 
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros região central do Rio de Janeiro, junto com ela estavam o motorista Anderson Pedro Gomes, que também foi morto, e uma assessora, Fernanda Chaves, que sobreviveu e foi hospitalizada com ferimentos de estilhaços. Fontes da polícia dizem que todos os indícios, até o momento, indicam que o crime não se trata de um assalto.

Informações de fontes policiais informam que os assassinos emparelharam um carro ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Eles fugiram sem levar nada. No sábado (10), Marielle fez uma postagem no Twitter reclamando da ação dos PMs em Acari. “O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens”, escreveu ela.

Cria da Maré
Marielle se apresentava como “cria da Maré” e foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016, com 46.502 votos. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo.

No domingo (11), Marielle denunciou uma ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na Favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante a abordagem a moradores. Ela compartilhou uma publicação em que comenta que os rapazes foram jogados em um valão. De acordo com moradores, no último sábado (10), os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.

Fonte: vermelho.org

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