O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupou na manhã desta quarta-feira, 18|04, a Fazenda Bom Jesus, localizada na Estrada da Produção, à 5 km de Montes Claros, Norte de Minas Gerais. A área, de aproximadamente 200 hectares, pertence à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), empresa do Governo do Estado.
Latifundiários ligados ao Sindicato Rural de Montes Claros, do Movimento “Paz no Campo” -, que na prática é “violência no campo”, nova versão de UDR (União Democrática Ruralista) trancaram a estrada que dá acesso à área, cerceando a passagem de água, alimentos e outros itens de necessidade básica. No momento, eles ameaçam fazer despejo com as próprias mãos e ameaçando 100 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que se encontram na área ocupada.
Grande parte das famílias da nova ocupação pertenciam ao acampamento Alvimar Ribeiro, município de Francisco Sá. Elas reivindicam uma área segura para morar e produzir, já que o acampamento anterior estava com despejo marcado para o dia 22 deste mês.
O movimento exige que o Estado controle a violência crescente do latifúndio na região e impeça que mais ataques aconteçam. No último ano, os Sem Terra sofreram dois atentados no Norte de Minas, promovidos pelo fazendeiro Leonardo Andrade, ex-secretário da prefeitura acusado de corrupção e sócio do ex-prefeito da cidade, Rui Muniz.
O MST reafirma que a saída para os conflitos no campo é a reforma agrária.
A situação é muito grave e tensa. Há risco de mais um massacre por parte dos latifundiários da Região contra o povo camponês sem-terra que luta por um pedaço de terra para trabalhar e viver.