Após o corte anunciado pelo ministro Abraham Weintraub de 30% do orçamento nas universidades públicas, atacando especialmente as que têm alguma movimentação política o qual ele chama de “balbúrdia”, universidades já relatam problemas para fechar as contas e esperam demissões e corte de bolsas.
A Universidade Federal de Alfenas (Unifal) disse ao jornal O Tempo que adotando medidas de ajuste fiscal desde o final de 2018 por conta da PEC do teto de gastos. Na UFU (Universidade Federal de Uberlândia) novos cortes poderiam paralisar completamente obras em andamento, reposição de equipamentos de laboratório e informática. Na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que perdeu R$ 11 milhões, já demite terceirizados e corta bolsas.
No Rio de Janeiro, o reitor da UFF (Universidade Federal Fluminense), que foi uma das três citadas pelo ministro como exemplos de “balbúrdia”, junto com UNB e UFBA, disse que os cortes inviabilizariam o funcionamento da faculdade. Segundo ele, com esse corte “com aperto, podemos pagar a conta de água e luz”.O ataque do MEC vem no sentido de tentar silenciar as universidades que foram a linha de frente contra a eleição do Bolsonaro ano passado.
Diversas universidades já vinham de crise fruto da precarização e falta de investimentos que vem desde o governo do PT. O governo Bolsonaro quer aprofundar esses ataques, podando desde cedo qualquer tentativa de resistência por parte do movimento estudantil, inclusive orientou que reintegrações de posse sejam feitas sem ação judicial.
Ele tem medo da força do movimento estudantil organizado que pode ser ponta de lança para barrar a reforma da previdência, animando consigo setores de trabalhadores e da juventude operária. Está sendo chamada para o dia 15 de maio uma paralisação nacional da educação, com os professores, que vêm dando um grande exemplo de combate aos ataques do governo, à frente.
Ao contrário do que a UNE vem fazendo com sua política de afastar a juventude do movimento estudantil (política que ficou clara com a mudança de data do CONUNE, que mudou de um feriado para dia de semana, impossibilitando a participação da juventude trabalhadora), devemos exigir em cada universidade que sejam organizadas assembleias em todo o país para que a juventude se coloque ao lado dos professores no dia 15 sem deixar a categoria isolada, mostrando a Bolsonaro qual “retorno imediato” podemos dar à sociedade com essa aliança explosiva de trabalhadores e estudantes, que é a possibilidade de derrotar seus planos.
Fonte: Esquerda Diário