Jair Bolsonaro anunciou que o Governo Federal vai comemorar o golpe militar que torturou, estuprou e matou milhares de opositores do regime ditatorial, trabalhadores sindicais, artistas, militantes e até mesmo militares. Ele ordenou que o Ministério da Defesa promova as devidas comemorações em clubes militares e quarteis.
Em mais uma manifestação de profundo desrespeito, pouco caso é ridicularização do povo brasileiro,o presidente dessa terra sem lei, sem justiça e sem memória;chama o povo para comemorar o dia 31/03 .Dia do golpe de 1964 ou 01/04 para ser mais precisa.
A verdade sobre a desumanidade da tortura que Bolsonaro quer comemorar
“Sobe depressa, Miss Brasil, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Na sala do delegado Fleury, num papelão, uma caveira desenhada e, embaixo, as letras EM, de Esquadrão da Morte. Todos deram risada quando entrei. ‘Olha aí a Miss Brasil. Pariu noutro dia e já está magra, mas tem um quadril de vaca’, disse ele. Um outro: ‘Só pode ser uma vaca terrorista’. Mostrou uma página de jornal com a matéria sobre o prêmio da vaca leiteira Miss Brasil numa exposição de gado. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Picou a página do jornal e atirou em mim. Segurei os seios, o leite escorreu. Ele ficou olhando um momento e fechou o vestido. Me virou de costas, me pegando pela cintura e começaram os beliscões nas nádegas, nas costas, com o vestido levantado. Um outro segurava meus braços, minha cabeça, me dobrando sobre a mesa. E u chorava, gritava, e eles riam muito, gritavam palavrões. Só pararam quando viram o sangue escorrer nas minhas pernas. Aí me deram muitas palmadas e um empurrão. Passaram-se alguns dias e ‘subi’ de novo. Lá estava ele, esfregando as mãos como se me esperasse. Tirou meu vestido e novamente escondi os seios. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu fillho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro”.
ROSE NOGUEIRA, ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), era jornalista quando foi presa em 4 de novembro de 1969, em São Paulo (SP). Hoje, vive na mesma cidade, onde é jornalista e defensora dos direitos humanos.
Vamos ajudar o presidente a celebrar a ditadura, compartilhando relatos de quem viveu aquela “festa” com requintes de crueldade.
Não aceitaremos que o Estado Brasileiro comemore o golpe que impôs medo e terror na sociedade, fechou o Congresso e silenciou muitas vozes sob mortes e torturas bárbaras praticadas por agentes do Estado!
Por isso, a nossa resposta virá das ruas! Convocamos todas as forças democráticas para nos unirmos no dia 31 e darmos uma resposta juntos a mais um ataque do governo Bolsonaro contra a democracia brasileira!
Venha e se junte aos verdadeiros progressistas que lutaram e lutam para que esta triste parcela de nossa história seja esquecida e apagada, e não relembrada. Estaremos juntos na Praça da Liberdade no dia 31 de março, apartir das 12 horas, em defesa da memória de todos aqueles que foram assassinados, torturados e exilados pelo regime militar de 64. Por Verdade, Memória e Justiça!
DITADURA NUNCA MAIS! FASCISTAS NÃO PASSARÃO!
#ForaBolsonaro
#1964NuncaMais
#DitaduraNÃO