Petrobrás, o Golpe de 2016, a greve dos caminhoneiros e o interesse internacional no nosso ouro
A história ensina sempre, pena que poucos estão dispostos a ouvir. Um colega do Twitter lembra que em maio de 2013 o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, esteve no Brasil pleiteando mudanças na política brasileira de petróleo. Voltou desapontado.
Logo a seguir, liderada por movimentos ditos “apartidários” – na verdade financiados por think thanks dos EUA -, a direita passou a encampar e dirigir os rumos de protestos que haviam começado numa pauta legítima de grupos populares, como o MPL, de impedir aumentos de passagens. A partir daí os protestos foram só crescendo, e cada vez mais as passagens foram sendo esquecidas e o antipetismo passou a ser o principal mote das manifestações.
Foi nesse mesmo período que o ex-agente Edward Snowden arriscou sua vida para denunciar que a agência estadunidense NSA estava monitorando clandestinamente diversos líderes mundiais, dentre eles Dilma Roussef, e uma empresa especificamente: a gigante do petróleo brasileiro, a Petrobras. Ninguém imagine que foi coincidência, no ano seguinte, o nascimento de uma operação a qual foi concedido poder total, em Curitiba, que nada tinha a ver com a estatal, e pelas mãos do mesmo juiz que havia protegido toda a cúpula do PSDB no maior escândalo nacional de corrupção, o caso Banestado.
Desde o início e até hoje, embora todas as investigações indiquem que a corrupção na Petrobras veio de governos anteriores e envolveu praticamente TODOS os partidos, os arsenais da mídia e da justiça se concentraram quase que exclusivamente no PT, em fogo permanente. Aí vieram as eleições de 2014, que terminaram concentradas em 3 personagens: Marina Silva e Aécio, que prometeram liberar o preço da gasolina se fossem eleitos, e Dilma, que continuou negando essa possibilidade. Marina apoiou Aécio e este perdeu a eleição para Dilma, mas o golpe já estava a caminho.
Nosso pré-sal tinha reservas estimadas em US$ 8 trilhões e 800 bilhões. É dinheiro pelo qual qualquer país faria QUALQUER coisa, imagine A nação mais poderosa do mundo, aquela que não teve escrúpulos em mentir pra invadir o Iraque e a Líbia, financiar e armar os Mujahedin no Afeganistão pra combater os russos, dando origem a Al Qaeda, e mais recentemente os rebeldes da Síria. Assim foi financiado o golpe, e na saída de Dilma Rousseff, José Serra já tinha pronto seu projeto de mudança da política de petróleo, cumprindo promessa feita anos antes à Chevron. E não é “só” o pré-sal. As mudanças implementadas por Serra e Parente foram TODAS benéficas às multinacionais e prejudiciais ao Brasil: o fim dos royalties para financiar educação e saúde públicas, o fim da política de valorização nacional, com desmonte da nossa indústria naval para voltar a dar empregos no exterior, o fim dos privilégios de exploração à Petrobras, beneficiando suas concorrentes estrangeiras.
Nesse contexto, a alteração da política de preços promovida por Parente tem especial relevância e crueldade: o período em que os preços dos combustíveis explodiram, no pós-Dilma, coincidiu com o período em que a Petrobras foi reduzindo imensamente sua capacidade de refino, até voltarmos aos patamares pré-PT. Os EUA hoje já exportam o dobro de diesel e gasolina para o Brasil do que faziam no governo Dilma. Ninguém pode ter dúvida de que foram, sob todos os aspectos, os maiores beneficiários do GOLPE.
Quanto ao PT, pagou o preço de ter apostado no sonho da independência brasileira em produção de combustíveis. Quando ouvir falar de Pasadena, pense nesse contexto. Graças ao golpe, voltamos a abraçar nosso destino de eternos exportadores de commodities… ficamos com as migalhas, enquanto eles dividem o ouro.
Fonte: Jornalista Anônimo