Situação foi descrita em pesquisa publicada na revista científica Science of the Total Enviroment
Quatro barragens da Vale em Brumadinho estão em áreas de alto risco. Isso é o que aponta uma pesquisa publicada na edição de fevereiro da revista científica Science of the Total Enviroment e realizada pela Unesp, instituições mineiras e de Portugal.
Segundo a pesquisa, pelo menos quatro das seis barragens instaladas na mesma bacia daquela que se rompeu em 2019 teriam alto risco de rompimento por causa das características do solo.
Conforme os responsáveis pela pesquisa, foram analisados aspectos geomorfológicos como declividade do terreno e a quantidade de cursos d’água que a bacia hidrográfica pode ter. Bacias com maiores declives ou com mais cursos d’água apresentam risco geomorfológico maior.
O estudo analisou 36 unidades de resposta hidrológica para identificar os parâmetros e classificaram os indicadores de vulnerabilidade de 1 a 5 de acordo com a sua gravidade. Áreas que tiveram, na soma dos seus indicadores, resultados entre 15 e 20 foram classificadas como de risco alto e aquelas que tiveram valores superiores a 20, como de risco muito alto.
A unidade onde estava a barragem B1 – que se rompeu em 2019 – teve saldo 17 e foi classificada como de risco alto. Ainda foram classificadas como unidades de alto risco em Brumadinho as barragens: BVII, BVI, Menezes 1 e Menezes 2. A BVII, inclusive, está em uma região com risco superior ao que apresentava a B1.
O que dizem os órgãos
A Agência Nacional de Mineração é a responsável pela classificação dos riscos das barragens e afirma que no país há 64 barragens listadas como de risco alto. A ANM destaca que mede a geomorfologia das regiões e entrega estas análises às mineradoras para que possam fazer seu Processo de Gestão de Riscos para Barragens de Mineração.
Sobre a situação de suas barragens, a Vale afirmou que BVII, BVI, Menezes 1 e Menezes 2 não estão em nível de emergência, estão estáveis e possuem declaração de condição de estabilidade emitida por empresa externa. A empresa destacou ainda que estas barragens não foram construídas pelo método a montante, como era o caso da barragem que se rompeu.
Fonte: André Vince
Fonte: Portal da Cidade Brumadinho