Tragédia capitalista em MG: 44 mortos, 19 desaparecidos e quase 4 mil desalojados

As proporções catastróficas desse evento dão conta do tamanho da miséria humana que o capitalismo ano após ano descarrega sob a população em todo o Brasil, com seus governadores fantoches, como é Romeu Zema (Novo) que são cúmplices e responsáveis.

Foto: Metro Jornal

Mais uma terrível tragédia ambiental atinge Minas Gerais. No entanto, a causa natural das chuvas não é o fator determinante que é eminentemente social. Já são mais de 44 mortos no Estado e 13 em Belo Horizonte. São 3.887 desalojados no Estado e 3.354 desabrigados. 19 desaparecidos estão até o momento e 12 feridos.

As chuvas torrenciais, um fenômeno meteorológico previsível no verão brasileiro, se tornam cataclismos assustadores com governos que só beneficiam uma parcela da população, os empresários.

Após a tragédia anunciada se materializar em dezenas de mortes, os governos (federal, estadual e municipal) sempre parecem ser muito resolutos em querer resolver os problemas, que não ocorreriam em primeiro lugar caso fossem de fato sérios com a questão. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) ampliou, de forma sumária, para 47 o número de municípios mineiros em situação de emergência em função dos temporais. A pasta também disponibilizou, de forma imediata, R$ 90 milhões para as ações de socorro, assistência e reconstrução em todo o País, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Na manhã deste domingo, 26, a prefeitura da capital mineira informou que cinco pessoas retiradas de casa pela Defesa Civil e agentes da assistência social na sexta-feira passada retornaram para a residência na mesma data e foram soterradas no bairro Engenho Nogueira. Ainda conforme o governo municipal, os corpos foram encontrados e as buscas, encerradas, no local.

Gilberto do Carmo Silva, de 41 anos, falou pela última vez com a sua mãe, Marlene do Carmo Silva, de 58 anos, por volta das 20h de sexta-feira. “Me falou que estava tudo bem”, lembrou o pedreiro. “Minutos depois, um amigo me ligou, dizendo que precisavam de mim no bairro, que havia acontecido uma tragédia. Não passou pela minha cabeça que era isto”, rememorou, emocionado.

A mãe dele e três irmãos morreram em um deslizamento de terra no bairro Vila Bernadete, no Barreiro, em Belo Horizonte. O pedreiro, enquanto recebia o conforto de amigos, afirmou ser difícil saber o que vai fazer daqui pra frente. “Não sei. Minha mãe era o nosso suporte. Todos nós nos ajudávamos. Só Deus. É uma dor que não vai passar”.

O relatório da Defesa Civil mineira aponta, além de 13 mortes em Belo Horizonte e uma em Caratinga, seis em Betim e cinco em Ibirité, ambas cidades da Grande Belo Horizonte. As cidades de Alto Caparaó, Alto Jequitibá, Simonésia, todas na Zona da Mata, registram três mortes. Outras duas mortes ocorreram em Pedra Bonita e Luisburgo, ambas também na Zona da Mata. Contagem, na Grande Belo Horizonte, tem duas mortes. As cidades de Divino, Santa Margarida, Manhuaçu e Tocantins, as quatro na Zona da Mata, computam uma morte cada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Já são 101, nesta segunda-feira (27), o número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais A medida vale por 180 dias e possibilita ações mais céleres dos governos para a recuperação dos estragos e auxílio à população.

Todos anos as histórias se repetem. Trabalhadores e o povo pobre são as maiores vítimas das chuvas do verão e o governos que passaram o ano inteiro beneficiando empresários de todas as formas possíveis sempre lamentam profundamente o ocorrido e buscam formas mais ou menos cínicas de mostrar para a opinião pública como se preocupam com os atingidos. Mas não enganam ninguém e tem suas mãos sujas de sangue.

No caso de Brumadinho, que deixou um saldo terrível 259 mortos, 11 desaparecidos é um exemplo gráfico de como essa terrível dinâmica capitalista se concretiza. Já colocávamos na declaração do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, há um ano atrás: “Zema manteve em seu governo o Secretário do Meio Ambiente que foi responsável por reduzir etapas do licenciamento ambiental nos anos de governo do PT, e o vice-presidente do seu Partido Novo em MG saiu a defender a Vale nas redes sociais após o novo crime da empresa em Brumadinho. No governo Bolsonaro há a entrada de representantes das mineradora, aprofundando o que já vinha acontecendo no governo golpista de Temer, como Leonardo Quintão, ex-deputado federal do MDB de MG, que declaradamente era um parlamentar financiado pelas mineradoras e hoje integra a equipe da Casa Civil de Bolsonaro, chefiada por Onyx Lorenzoni (que declarou que “não haverá qualquer tipo de intervenção do governo na Vale”); e o general Franklimberg Freitas, que era do conselho da mineradora Belo Sun e reassumiu no governo Bolsonaro o comando da Funai.”

Fonte: Esquerda Diario

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