MST MG lança Campanha de 30 anos com mais uma ocupação nas terras de Eike Batista
Na madrugada desta terça-feira (03) cerca de 400 famílias do MST ocuparam mais uma área da empresa em processo de falência, MMX, pertencente ao corrupto Eike Batista. A fazenda está localizada no município de Igarapé. A ação inicia a campanha de memória do movimento, “30 anos de MST em Minas Gerais, semeando e alimentando a ousadia”.
“É na prática da ocupação que demonstramos nosso compromisso com a resistência contra o golpe, com a luta pela terra e contra as elites que entregam nossos bens naturais de presente ao capital internacional”, explica Mirinha Muniz, da Direção Estadual do MST. Sabemos que esse empresário possui mais de 10 mil hectares de terra no entorno de Belo Horizonte. “Aqui temos o exemplo dos danos causados por essa empresa falida: a mineração ao lado da água, degradando o meio ambiente, enquanto a terra que poderia ser produtiva está abandonada”, completa a dirigente.
Após três décadas organizando a luta pela terra, pela reforma agrária e pela transformação social, o MST em Minas Gerais possui 42 assentamentos, 4 cooperativas de produção e comercialização, 41 acampamentos e três mil famílias acampadas. “Nossa trajetória é vitoriosa. Diante da conjuntura conturbada que vivemos no país, achamos que este é o momento de resgatar as nossas memórias, entender o passado para apontar os nossos próximos passos. E não temos dúvida de que nosso futuro é de luta”, afirma Wagner Vieira, da Direção Estadual do MST.
No dia 02 de julho de 1999 o MST realizava a primeira ocupação na região Metropolitana de Minas Gerais, no município de Betim. Atualmente o assentamento, que leva a data de sua ocupação como nome, possui 63 famílias e uma vasta produção de hortaliças agroecológicas, frutas, mandioca, milho, galinha caipira, entre outros. A campanha dos 30 anos segue com ações nas 9 regionais onde o MST está organizado. A ocupação também é uma homenagem ao militante do movimento José Nunes, o Zequinha, que faleceu na última sexta-feira, 22|06.
Fonte: Setor de Comunicação Social do MST