Laranjal do Bebiano

Escândalo do laranjal: Carlos Bolsonaro chama Bebiano de mentiroso

Foto: reprodução da internet

O escândalo dos laranjas do PSL provoca turbulência cada vez maior no Governo Bolsonaro. Pelo Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro chamou de mentiroso o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que havia declarado à imprensa não haver crise nenhuma no governo. “Só hoje falei três vezes com o presidente”, disse ele ao O Globo.

O filho do presidente declarou nesta quarta (13) que esteve ontem 24 horas com o pai. “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista”, postou.

Reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo revelaram que PSL, partido do presidente, destinou milhões de recursos do Fundo Partidário para supostas candidaturas laranjas. No processo eleitoral, o partido era dirigido por Bebiano, que responsabiliza o deputado federal Luciano Bivar (PE).

Um “causo” fora de época

O velho vinha a trote num cavalo baio. Tinha a barba branca por fazer. Parecia cansado de guerra. Era magro como a sua montaria. Mas tinha um ar orgulhoso. Parecia saído de um livro de história ou de alguma lenda regionalista.

Ele se aproximou como se necessitasse de algo vital:

– Donde fica a Quinta do Bibiano, amigo?

– Deve haver um engano, senhor.

– Como assim?

– Por aqui, só existe o Laranjal do Bebiano.

Coçou a barba para ganhar tempo. Era visível que o velho não estava satisfeito com a resposta. Calejado, temia ser vítima de uma “broma”.

– A mando de quem está esse Bebiano? – perguntou.

– Quem pode saber? Ele é quem dá as cartas.

– Muito esquisito isso, amigo. Conheci o Bibiano. Era um bananão.

– Ah, não é o mesmo. O Bebiano é chamado de Laranjão.

– Ganha dinheiro com laranjas?

– Com bananas é que não vai ser, patrão.

– Pois me diga, donde fica esse laranjal?

– Não me leve mal, mas nas suas barbas. Ali mesmo.

O forasteiro despediu-se. Estimulou o cavalo e seguiu em frente. De longe, avistou o lugar. Era bem visível mesmo. Chamava a atenção. Era laranja de todo tamanho. Algumas, enormes. Em cinco minutos, estava diante do laranjal. Não pode se impedir de pensar com certa ganância: quanto valeria cada laranja? Seria um bom investimento? Teria muito risco? O tal Bebiano seria o seu velho conhecido Bibiano com nome novo ou nome deformado por bocas tortas? No tempo em que tinham sido amigos, Bibiano não tinha em quem mandar. Como teria feito para virar dono de laranjal? Avistou uma mulher embaixo de uma laranjeira. Sofreou o cavalo:

– O Bibiano se encontra?

– O Bebiano?

– Pode ser. Ele se encontra?

– Depende. O que quer com ele?

– Saber se ele é ele mesmo?

– Por que não seria? O senhor é laranja dele?

– Eu!?

– Quem mais seria?

– Que coisa é essa, Dona? Homem pode ser laranja agora?

– Mulher também pode. No momento, dá mais caldo.

– Caldo?

– O Bebiano prefere. Homem tem de sobra. Mulher é que falta.

– Essa conversa é coisa de louco, Dona.

– Tem certeza de que não é laranja?

– Nem laranja nem banana. Donde anda o Bebiano?

– Foi falar com o Capitão.

– Ele volta?

– Se não for descascado, volta.

Desnorteado, o homem retornou pelo mesmo caminho. Parecia ainda mais velho e cansado. Passaria o resto dos seus dias tentando responder a uma pergunta danada: como foi que a Quinta do Bebiano virou um laranjal?

Fonte: Vermelho.org/ Correio do Povo

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