Solto, Lula acena com mobilização contra Bolsonaro

Ex-presidente agradeceu vigília ao sair da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba

Foto: Reprodução da educação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso de agradecimento de 18 minutos pouco depois que deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta sexta-feira. Cercado de apoiadores, aliados, familiares e da noiva, Lula fez um agradecimento especial aos integrantes da vigília “Lula Livre” – que se concentraram ao lado da sede da PF ao longo dos 580 dias em que ele esteve preso – afirmou que buscará provar a sua inocência e prometeu sair pelo país em oposição ao governo de Jair Bolsonaro.

De Curitiba, Lula seguirá para São Paulo, onde deve fazer um novo discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. O ex-presidente deixou a prisão menos de 24 horas depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decidir pelo fim da prisão após condenação em segunda instância – caso dele, no processo do triplex no Guarujá.

No agradecimento à vigilía, Lula citou diversos nomes e garantiu que ficou “mais fortalecido e corajoso” com a mobilização do lado de fora da cela onde esteve detido. “A vida inteira estive conversando com o povo brasileiro. Eu não pensei que um dia de hoje eu poderia estar aqui conversando com homens e mulheres que durante 580 dias gritaram aqui ‘bom dia Lula’, ‘boa tarde Lula’, ‘boa noite Lula’. Não importa que estivesse chovendo, não importa se estivesse 40 graus, ou 0 grau”, disse. “Vocês não têm dimensão do significado de eu estar aqui junto com vocês”, acrescentou. “Vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir.”

Lula indicou que irá se mobilizar em oposição ao governo. “Eu tenho é vontade de provar que este país pode ser muito melhor na hora que ele estiver com um govreno que não minta tanto pelo Twitter como o Bolsonaro mente”, declarou. “O Brasil piorou. O povo está passando fome, está desempregado, não tem trabalho de carteira assinada, o povo está trabalhando de Uber, de bicicleta pra entregar pizza, sem dignidade.”

Quase em tom de campanha, prometeu militância: “A partir de agora, eu estou indo pra São Paulo. Amanhã tem encontro no Sindicato dos Metalúrgicos, e depois as portas do Brasil estarão abertas para que eu possa percorrer este país e a discutir com o nosso povo”.

O ex-presidente criticou “o lado podre que o Estado brasileiro”, que, segundo ele, o colocou na prisão. “Eles não prenderam o Lula. Eles tentaram matar uma ideia. Uma ideia não desaparece. Eu quero lutar para provar que se existe uma quadrilha e um bando de mafioso neste país, é essa maracutaia que eles fizeram”, acusou.

Fonte: Correio do Povo

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