O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs neste domingo, 22, em mensagem a um grupo de parlamentares, que o MDB e o pré-candidato do partido à Presidência, Meirelles, defendam anistia ao caixa 2 praticado em eleições passadas e a cobrança no SUS.
Marun sugeriu a criação de uma corte constitucional para “dirimir conflitos” entre o STF e a Constituição, um conselho superior para controle externo das polícias e avançou sobre a área social, ao recomendar o fim da gratuidade total aos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, escreveu o ministro, que é citado na Operação Registro Espúrio, suspeito de interferir em registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.
“Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criar uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal. Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo.”
As ideias do ministro foram publicadas num grupo de WhatsApp de parlamentares do MDB e de Meirelles. O ministro confirmou à reportagem a autoria da mensagem, mas não detalhou as propostas. “Opinião pessoal para discussão enviada ao grupo de deputados do MDB e ao candidato. Não me aprofundei nos detalhes. Quero provocar a discussão de todos os itens propostos.”
Procurado, o ex-ministro da Fazenda disse que não havia lido as propostas de Marun encaminhadas a ele pela reportagem. “Não li ainda”, afirmou Meirelles.
Não é de se espantar que o partido do golpista Temer defenda algo parecido com isso nas eleições presidenciais este ano. Adotando esse programa ou não, o MDB já é o partido central da implementação da Reforma Trabalhista e tentativa de implementação da Reforma da Previdência, principais políticas que vão no sentido de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e da população. Se já não bastasse ter cortado e congelado o orçamento para saúde e educação com a PEC 55, ainda querem privatizar a maior rede de saúde pública e abrir caminho à impunidade em casos de caixa 2. Este é o retrato caricatural de MDB.
Com informações do Agência Estado e Esquerda Diário.