Para os grandes latifundiários e os capitalistas em primeiro lugar vem o lucro, o esgotamento dos recursos naturais e a contaminação da população não importa.
Segundo levantamento feito pela Folha, 28 ingredientes ativos que compõem os agrotóxicos atualmente liberados no Brasil este ano, não são registrados ou liberados na União Europeia. Quando comparado A Austrália e Índia os números sobem para 36 e 30, respectivamente.
A comparação foi feita entre os ingredientes registrados no Brasil e nos seis dos dez maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, a partir de um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). Sendo estes, União Europeia, Estados Unidos, Índia, Canadá, Austrália e Argentina. O Brasil permaneceu sendo o país com mais compostos de agrotóxicos liberados entre os seis produtores analisados.
Apenas este ano, foram registrados 325 agrotóxicos no Brasil. Um número alarmante, quando analisamos os recorrentes casos de câncer, toxicidade reprodutiva e danos neurotóxicos decorrentes do uso destes produtos. O uso de agrotóxicos não só, comprovadamente, mata milhões de abelhas, insetos cuja existência é crucial para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas, como intoxica as populações rurais, os consumidores e sobretudo trabalhadores rurais, que já são profundamente explorados.
No entanto, para os grandes latifundiários e os capitalistas, na sua sede por lucro, o esgotamento dos recursos naturais e a contaminação da população pouco importa. O agronegócio como uma importante base de apoio ao governo Bolsonaro, tem influenciado diversas medidas, desde a aprovação de dezenas de agrotóxicos na produção de alimentos ao Future-se, projeto de privatização do Ensino Superior e das pesquisa científicas desenvolvidas.
A exploração e destruição dos recursos naturais não estão desvinculados dos ataques às universidades. As instituições públicas de ensino superior, como polo de pensamento crítico, estão sendo atacadas pela elite latifundiária, elite de raízes escravocratas, que não só destrói a natureza atendendo aos interesses imperialistas, como assassina comunidades indígenas e invadem suas reservas. Através do Future-se e do contingenciamento dos recursos destinados à educação, estas mesmas empresas que utilizam agrotóxicos indiscriminadamente, serão as responsáveis por financiar as universidades e definir quais pesquisas e cursos serão levados à frente.
Bolsonaro, então, através da sua política de cortes de bolsas, do desmonte de pesquisas, da aprovação da reforma da previdência e da brutal liberação de dezenas de agrotóxicos nocivos à saúde, implementa sua política de ataque direto aos trabalhadores e à juventude brasileira.
É imprescindível nos organizarmos em torno de um verdadeiro plano de lutas para que possamos, nas ruas, responder à altura dos ataques, barrar de vez os projetos brutais implementados por este governo e lutar por uma universidade que de fato esteja à serviço dos trabalhadores e solucione as mazelas que afligem a sociedade.
Fonte: Esquerda Online