O ex-diretor-superintendente da Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, disse, em depoimento Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que teria sido “quase coagido” pela procuradoria da Operação Lava Jato durante seu delação sobre o caso do sítio de Atibaia, que culminou na segunda condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O executivo também foi condenado no mesmo processo.
“No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido. E eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o engenheiro para fazer a obra do sítio. Tive que construir um relato”, disse Paschoal. Questionado sobre o por quê de ter falado sobre supostos ilícitos cometidos por outras pessoas, o executivo respondeu: “Sem nenhuma ironia. Desculpa, doutor. Precisava perguntar isso para os procuradores lá da Lava Jato “
Perguntado sobre o que queria dizer com “construir um depoimento”, Paschoal teve dificuldades para se explicar, mas disse que foi que realmente intimado pelos chefes para coordenar a reforma na propriedade.
Entenda a condenação de Lula na ação do sítio de Atibaia
Em sentença de 360 páginas , a magistrada Gabriela Hardt entendeu que Lula praticou o crime de lavagem ao supostamente ter sido beneficiado por valor que soma R$ 870 mil em reformas realizadas pela Odebrecht e pela OAS no sítio Santa Bárbara, frequentado pelo ex-presidente e por sua família no interior de São Paulo. O imóvel, no papel, pertence ao empresário Fernando Bittar , que também foi condenado.
Já o crime de corrupção atribuído ao ex-presidente, segundo apontou a juíza, foi cometido por meio da assinatura de quatro contratos da Odebrecht com a Petrobras que envolveram repasse de R$ 85,4 milhões ao “núcleo de sustentação” da Diretoria de Serviços da estatal, diretoria essa vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT) por meio da atuação de Renato Duque e Pedro Barusco.
A então substituta de Moro na Lava Jato considerou que foi “amplamente comprovado” pela Lava Jato que a família do ex-presidente era “frequentadora assídua” do sítio de Atibaia e “usufruiu como se dona fosse, inclusive mais do que seu proprietário formal, Fernando Bittar”.
Fonte: urgentenews.com.br