Pesquisa aponta que intenção de consumo em 2018 é menos da metade da apresentada em 2014
A Copa da Rússia não está motivando o consumidor a colocar a mão no bolso e nem mesmo vestir as cores da seleção brasileira. A intenção de consumo está menor na comparação com a Copa anterior, que aconteceu no Brasil, em 2014, conforme levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa mostra que 24% das famílias brasileiras estão dispostas a comprar produtos por conta da Copa, o que representa menos da metade da intenção de gastos relatada antes da realização do Mundial de futebol em 2014, quando 50,1% das pessoas previam gastos estimulados pela competição.
A pesquisa está condizente com a realidade da capital mineira. A reportagem do jornal O TEMPO foi às ruas e encontrou torcedores desanimados e sem disposição para gastar. “Na Copa passada, o pessoal da minha rua chegou a fazer pinturas com as cores do Brasil. Eu comprei ‘vuvuzela’ e aquelas mãozinhas coloridas. Fizemos churrascos para assistir aos jogos”, conta a recepcionista Joyce Tayna Coelho. Neste ano, porém, ela diz que está desanimada e vai assistir aos jogos em casa. O vendedor Lidson Roquette também não está empolgado com o Mundial. “Eu lembro que, na Copa de 2014, o pessoal já marcava as reuniões antecipadamente, combinávamos de levar bebida e comida para assistir aos jogos. Até o momento, ninguém marcou nada”, relata.
Para ele a situação econômica do país, e o resultado da partida contra a Alemanha, na qual o Brasil perdeu pelo placar de 7 a 1, contribuíram para esfriar o ânimo do torcedor.
O chefe da divisão econômica da CNC, Fabio Bentes, observa que, além do menor envolvimento da população com a Copa, que acontece no exterior, as condições de consumo em 2018 ainda se encontram menos favoráveis do que há quatro anos. “A despeito de o país já ter deixado para trás o processo recessivo, a recuperação da economia e do consumo segue lenta e sujeita a oscilações”, analisa Bentes.
O levantamento mostrou que os produtos mais procurados nesta Copa deverão ser alimentos e bebidas (9,9%), itens de vestuários masculino, feminino e infantil (7,5%) e televisores (4,3%).
Pesquisa realizada pelo jornal O TEMPO e divulgada no último domingo confirma o desânimo do torcedor com a competição do futebol mundial. O levantamento mostra que 76,5% dos entrevistados disseram que não vestirão a camisa verde e amarela em dias de jogos da seleção brasileira durante o Mundial da Rússia. Das 149 pessoas que responderam ao levantamento, 114 afirmaram que não usarão as cores da seleção. Só 24 (16,1%) garantiram que vestirão verde e amarelo, enquanto 11 (7,3%) disseram que nem sequer pretendem assistir aos jogos.
Maioria do comércio não espera retorno
Não é só o torcedor que está desanimado com a Copa da Rússia. A maioria dos comerciantes da capital, 51,5%, não esperam retorno nos negócios com a competição, conforme levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). O impacto positivo é esperado por 48,5%. Dos empresários do varejo entrevistados pela entidade, 53,4% estimam que as vendas vão crescer no período dos jogos. O vice-presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, aposta na paixão do brasileiro pelo futebol para motivar as vendas.
O tíquete médio esperado pelos entrevistados que acreditam que vão ter alta nas vendas com o evento esportivo será de R$ 87,90, sendo maior para artigos esportivos: R$ 116,95.
No que se refere às contratações, a maioria dos lojistas (96,6%) informou que não vai aumentar o quadro de funcionários durante o evento esportivo.
Acabou o amor pela Seleção
A seleção brasileira de 2018 é a seleção das grande marcas, a seleção do selfie, a seleção da meritocracia individual, a seleção dos escândalos, a seleção que dá manchetes pelo penteado de um jogador, ou das idas e vindas de seu relacionamento amoroso, mas que pouca ou nenhuma manchete dá por conta daquilo que seria, em tese, sua razão de existir: o futebol.
Não é uma seleção de futebol, é um grupo de representantes das marcas envolvidas no evento, meros anunciantes pagantes.
É uma Seleção que não encanta, não empolga, não emociona. Não convence.
Vale lembrar os escândalos da CBF, que controla a Seleção, e como a imagem dessa mesma Seleção está ligada a Rede Globo de Televisão, a emissora que apoiou a ditadura que vigorava quando a Seleção de 70 ganhou a Copa, e que ajudou a desferir o golpe de 2016, quando esse arremedo de time de futebol, que alguns ainda, romanticamente, insistem em chamar de “seleção”, começou a ser convocado.
A seleção de hoje não tem empatia com o povo — quantos jogadores dessa seleção jogam no Brasil? A verdade é que a Seleção Brasileira perdeu seu romantismo. Isso não é de hoje, mas com o golpe ficou mais aparente. Tudo nos jogadores é falso, tudo muito estudado, tudo artificial, planejado.
São caras e bocas, sempre as mesmas declarações vazias de jogadores que jamais tomam partido sobre nada, absolutamente fúteis, alienados. Apenas garotos propaganda de si mesmos e seus estilos de vida absolutamente inimagináveis para o povo brasileiro.
Fonte: com informações de O Tempo/ Diógenes Júnior – Jornalistas Livres