Coletivos fazem ato contra invasão turca na Síria

Coletivos independentes fizeram um ato político na sexta feira (06) em frente ao consulado da Turquia em Belo Horizonte.

Com cartazes, faixas, gritos de ordem nos lábios e humanidade no coração, um grupo organizado pelo Coletivo Riseup 4 Rojava e outros grupos manifestaram contra as declarações do governo turco de invadir e dizimar vidas inocentes no Território Curdo de Rojava, No Norte da Síria.

O grupo entregou uma carta ao cônsul da turquia exigindo que novas invasões e conflitos na Região sejam cancelados.

Entenda mais sobre a Revolução em Rojava

Uma revolução começou em Rojava há sete anos, mudando radicalmente a vida de milhões de pessoas. O povo curdo uniu-se a diversos outros povos da região e se organizou em conselhos autônomos, comunas e cooperativas, libertando-se assim da ditadura do regime de Bashar al-Assad. Em particular, a organização autônoma das mulheres tornou-se a força motriz por trás da revolução social e política da região. Durante a luta contra o Estado Islâmico, desenvolveu-se um projeto multiétnico e multirreligioso singular, que hoje garante a coexistência pacífica de milhões de curdos, árabes, assírios, yazidis, armênios, cristãos e muçulmanos. Este projeto, nomeado de Federação Democrática do Nordeste da Síria, está assentado na Crescente Fértil, uma das regiões mais ricas em recursos naturais da região, e é um exemplo único da construção de um governo pacífico e democrático no Oriente Médio. Por tudo isso, tal experimento revolucionário sempre foi visto como um problema para os poderes regionais (notadamente pelos governo de Assad na Síria e Erdoğan na Turquia) e imperialistas (de um lado por Putin, que vê Turquia e Síria como aliados estratégicos da Rússia e por outro a posição ambígua dos EUA) .

Nos últimos dias e semanas, as ameaças da Turquia contra a Federação Democrática do Nordeste da Síria atingiram um novo nível. O governo de Erdoğan anunciou que está pronto para invadir Rojava, território autônomo e autogerido no norte da Síria, o que pode reacender a guerra civil no país. O presidente Erdoğan quer massacrar aquelas pessoas que derrotaram o DAESH, grupo jihadista, terrorista e fascista conhecido como Estado Islâmico. Tanques e canhões pesados já estão esperando na fronteira turca, os caças F-16 estão prontos e o exército de ocupação turco está se preparando para acabar com a Federação Democrática. No seu rastro, existem milhares de membros de facções islâmicas esperando para marchar para Rojava e o nordeste da Síria. Isto significa o mesmo que vemos todos os dias em Afrin, parte do território de Rojava que foi ocupado pela Turquia em janeiro de 2018: assassinato, estupros, torturas, a expulsão da população local e a reorganização de grupos extremistas islâmicos sob proteção do Estado turco. Uma nova guerra levaria a Síria e todo o Oriente Médio a um novo caos e expulsaria centenas de milhares de pessoas pelas tropas turcas e de seus mercenários islâmicos.

Mas se o governo turco e seus capangas esperam que seus sonhos de genocídio se tornem realidade, eles não levaram em conta a resistência das Unidades de Defesa das Mulheres (YPJ) e as Unidades de Defesa do Povo (YPG) – e especialmente a resistência do povo no norte e no leste da Síria. Aqueles que derrotaram DAESH através do sacrifício de milhares de mártires e a resistência corajosa da população defenderão as áreas autogovernadas contra uma invasão turca.

Todos nós devemos fazer a nossa parte e cumprir nossa responsabilidade de defender essa revolução!

A cooperação militar, econômica e diplomática entre a Turquia, os EUA, a OTAN e os países europeus deve ser denunciada e atacada politicamente. Não há apoio para Erdogan, seu regime e sua guerra! Nenhum suprimento de armas, nenhuma ajuda financeira ou política para as ações genocidas da Turquia!

Se os movimentos democráticos e progressistas decidirem colocar a questão em suas agendas, na mídia, nas ruas, nas fábricas, empresas e salas de aula de seus países, poderemos desenvolver uma força comum contra os planos de guerra da Turquia. Temos de construir uma resistência política permanente capaz de impedir a cooperação com o fascismo turco nos demais países.

A revolução no nordeste da Síria sairá vitoriosa, todo fascismo será esmagado!

Mais informações acesse:

https://www.facebook.com/paramudartudo/

Comentários

Deixe um comentário