Este era o significado da “proteção do direito de propriedade” que ele falou em seu discurso no Congresso. Ataque aos indígenas, quilombolas, sem-terra e ao meio-ambiente para ajudar seus amigos latifundiários e seu “direito à propriedade”.
Em novo decreto para agradar seus financiadores, depois de reduzir o já miserável salário mínimo, Bolsonaro resolveu agradar o agronegócio e lhe conceder seu programa dos sonhos, ameaçando todos aqueles que não tem terra: povos indígenas, os quilombolas e basicamente extinguiu a “proteção florestal”.
Bolsonaro não se cansou de ameaçar os índios, os sem-terra e de vomitar racismo em cada comício eleitoral. Também criticou o foco no “desmatamento” e o aquecimento global. Bolsonaro quer ser um governo da moto-serra e dar sinal verde à violência e assassinatos no campo.
Bolsonaro decretou ontem que as atividades que regulamentam a demarcação de terras para a reforma agrária, para a demarcação de terras indígenas e quilombolas saem do INCRA e da FUNAI e passam para as mãos dos latifundiários e seus jagunços com assento no Ministério da Agricultura. O Ministério da Agricultura é agora comandado pela “musa do veneno”, autora da PL para desregulamentar o uso de qualquer agrotóxico inclusive os comprovadamente carcinogênicos. Tereza Cristina, ministra de Bolsonaro, é líder oficial da “Frente Parlamentar da Agropecuária” e foi fartamente financiada pelos irmãos Joesley da JBS.
A determinação consta da Medida Provisória 870, ditada pelo ultradireitista Jair Bolsonaro, horas após a posse, e seus reacionários discursos. O texto trata da reforma administrativa do governo.
Também foi transferida a “Proteção Florestal” do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura.
Com estas decisões, na prática, a FUNAI e o INCRA rumam à extinção. Junto deles aponta-se uma arma à cabeça dos índios e dos quilombolas já ofendidos por Bolsonaro, assim como a todo o ativismo de proteção ambiental. Promete-se tudo para o aumento dos lucros capitalistas. Lucro este que virá manchado de sangue indígena, negro e sem-terra. Antes mesmo da posse de Bolsonaro divulgava-se relatório com um salto de assassinato de quilombolas e a FUNAI vinha reportando emboscadas e tiroteios em áreas em que fazendeiros e garimpeiros tentam invadir territórios indígenas.
A luta contra os ataques do reacionário governo de Bolsonaro não passa por oferecer uma “oposição propositiva” como diz Ciro Gomes ou afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, nem pela espera por 2022, para que o próprio programa odioso de Bolsonaro o queime eleitoralmente como faz o PT. A luta contra esses ataques passa por organizar os trabalhadores em cada local de trabalho e estudo e impor às centrais sindicais o fim de sua “paz social” com Bolsonaro e um urgente plano de lutas contra cada ataque desse governo que veio para consolidar o golpe institucional.
Fonte: Esquerda Diário