Centro de acolhimento da Vale mostra despreparo e incapacidade de dar informações e respostas às famílias dos atingidos pelo desastre-crime do rompimento da barragem em Brumadinho
Criada em 2011, a Estação Conhecimento, idealizada para ser um centro de lazer e educacional à população de Brumadinho é o ponto de acolhimento e serviços às famílias, parentes e amigos dos atingidos pela lama de rejeitos de minérios da barragem do Córrego do Feijão.
Na estação há assistência da Defensoria Pública, médico-hospitalar, assistência social, cadastro, encaminhamento para hotéis, suporte psicológico e prestar informações aos atingidos. Deveria ser assim. Mas, não é! Mais uma vez, o grande capital coloca seu interesse principal em mostrar (isso mesmo), mostrar ao grande público consumidor da grande mídia que a empresa está preocupada com as vidas das pessoas e em prestar toda e qualquer assistência as famílias.
A Vale, contratou duas empresas e conta com cerca de 80 voluntários que fazem os trabalhos na estação conhecimento e no Teatro Municipal. Nem um. Nem um único funcionário vestindo a tradicional camisa verde da Vale encontra-se no local. Os voluntários possuem boa vontade em ajudar, mas estão perdidos e desorientados em como ajudar as pessoas.
Os voluntários e o setor de comunicação da Vale afirmam estar tudo funcionando à mil maravilhas, que as informações são prestadas às famílias e que estas estão sendo assistidas. Nossa equipe conversou com algumas pessoas que aguardavam a ajuda na estação conhecimento, e diversos criticaram o tipo de assistência recebido e as informações desencontradas. Rute, que perdeu um amigo no crime da Vale falou que as listas dos mortos não são informadas pela Vale, e que depois de exigirem, a Defesa Civil estará a partir de amanhã (31) divulgando a lista. Os voluntários vieram de diversas partes do Brasil, e não tiveram sequer um treinamento mínimo em como proceder com os parentes das vítimas.
De acordo com reportagem do Brasil de Fato, José Ferreira da Silva, um dos familiares de desaparecidos e vítimas do rompimento da barragem contou “Quem está lá fora sabe mais do que a gente aqui dentro. As informações estão péssimas, não chegam na gente”.
A Vale fingi que resolve, os voluntários fingem que acreditam e a grande mídia vende que o caos já passou. Até quando a irresponsabilidade, o lucro absurdo e o lobby destas empresas irão tirar milhares de vidas inocentes, destruir famílias e encerrar sonhos? Até quando irão entregar nossos recursos ao capital estrangeiro e degradar o meio ambiente?
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