Obras deixam Casa de Pedra estável, mas comunidade precisa de treino

As intervenções na barragem da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas, foram aprovadas pelo Ministério Público. Contudo, plano de emergência precisa ser ensaiado.

Os laudos técnicos produzidos pelos engenheiros e auditores contratados pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e entregues em dezembro ao Ministério Público da comarca de Congonhas consideram que a Barragem Casa de Pedra voltou a ter condições de estabilidade e segurança. A estrutura é uma das mais perigosas do estado, pois se ergue sobre três bairros com cerca de 4.800 pessoas ameaçadas em caso de rompimento. A demora nos treinamentos da população, contudo, ainda causa apreensão, pois não ocorre há quatro meses.

No final do ano passado, a CSN foi obrigada a fazer intervenções de emergência no barramento que tem 84 metros de altura e comporta mais de 10 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos de minério de ferro. Segundo informações do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), o surgimento de infiltrações nas ombreiras que apoiam uma parte da estrutura, chamada Dique de Sela, estavam severamente comprometidas, abaixo do nível de estabilidade, chegando a 1,39, quando o índice mínimo é de 1,5. No laudo atual o fator menor encontrado foi de 1,53.

Por esse motivo, o MP iniciou negociações e num acordo determinou que a mineradora deveria fazer intervenções que garantissem a estabilidade de Casa de Pedra. As ações em campo terminaram no mês passado e segundo o laudo, divulgado hoje (12), as infiltrações foram controladas e os fatores de segurança para operação foram considerados “sarisfatórios”. As obras devem seguir até maio deste ano.

O MP solicitou, também, o cumprimento do Plano de Ação de Emergência (PAE) de barragens, uma exigência que passou a vigorar segundo portaria do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Este plano foi criado, mas apenas um teste foi feito, resumindo-se a um acionamento de sirenes, há quatro meses, e ao treinamento do pessoal técnico. Contudo, não foi dada nenhuma orientação para a população sobre os procedimentos necessários em caso de alarme. Há placas indicando caminhos, mas sem o devido treinamento as rotas se tornam confusas. Os pontos de encontro também foram considerados inadequados por lideranças comunitárias, prefeitura, ambientalistas e admitidos pela própria CSN.

Por enquanto, não há data certa para que uma próxima etapa de treinamento ocorra. “O importante, é que trabalhamos com uma barragem estável e segura. Os demais processos, como a implantação dos planos de emergência, são fatores que evoluirão dentro de um cronograma. É importante destacar que estaremos atentos a todo esse processo”, disse o promotor Vinícius Alcântara Galvão, responsável pelo acordo com a CSN.

Fonte: Estado de Minas

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