Pastorais da igreja católica, entre elas a pastoral operária, Cáritas Brasileira, Comissão Pastoral da Terra e Comissão de Justiça e Paz divulgaram documento de orientação para as eleições de outubro. No texto, as pastorais propõem a revogação da reforma trabalhista e do teto de gastos, entre outros pontos. As entidades afirmam que o momento nao é de “lavar as mãos” e “exige solidariedade com os empobrecidos, oprimidos e marginalizados”.
Documento das pastorais da Igreja católica sobre as Eleições 2018 recomenda:
“Neste momento dramático, em que estão em risco o presente e o futuro de nossa nação, não podemos “lavar as mãos”, nos omitir, nem buscar refúgio na neutralidade.
O momento exige solidariedade com os empobrecidos, oprimidos e marginalizados.
Para tanto, propomos construir um programa que seja uma referência e orientação para nossa gente nas eleições e que possa movimentar a espiral de cidadania e do bem comum.
Entre esses pontos, as entidades signatárias propõem:
– Revogação das mudanças aprovadas na CLT que retiram direitos trabalhistas.
– Reversão das privatizações executadas e fortalecimentos das empresas públicas.
– Revogação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos.
– Realização de uma Auditoria Cidadã da Dívida Pública, que consome aproximadamente metade de todo o orçamento público brasileiro.
– Realização de Reforma Tributária que combata a desigualdade, taxando as grandes fortunas, as grandes heranças, os dividendos de grandes empresas e do sistema financeiro. Reversão das isenções fiscais e do perdão de dívidas e cobrança dos impostos devidos por grandes empresas.
– Retomada dos programas sociais nos moldes anteriores a 2016, reforçando-os e universalizando-os.
Denúncia da partidarização e seletividade do judiciário.
– Respeito à presunção da inocência e a Constituição que garante que a prisão somente deve ocorrer quando todos os recursos e instâncias tenham se esgotado.
– Mobilizar a sociedade para uma ampla Reforma do Estado, que estimule mecanismos de participação direta, promova a democratização e a pluralidade dos meios de comunicação e garanta o pleno respeito aos direitos humanos.
– Implementação do direito a demarcação das terras indígenas e quilombolas e realização de uma reforma agrária ampla e popular, com incentivos à produção agroecológica e agroflorestal e à comercialização de alimentos saudáveis para toda a população brasileira.”
Assinam:
Cáritas Brasileira
Comissão Brasileira Justiça e Paz
Comissão Pastoral da Terra
Conferência dos Religiosos do Brasil
Conselho Indigenista Missionário
Conselho Nacional do Laicato do Brasil
Conselho Pastoral dos Pescadores
Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social
Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA)
Pastoral Carcerária
Pastoral Operária
Serviço Pastoral do Migrante
Comunidade Vicentina Chama de Amor.
Fonte: Vermelho.org