Virou quase um lugar comum hoje afirmar que o Brasil está vivendo um clima de aguda polarização política e que é preciso buscar posturas moderadas para escapar dessa polarização e de suas consequências na sociedade. A socióloga, youtuber, ativista feminista, vegana e ecossocialista Sabrina Fernandes argumenta o contrário. Para ela, essa polarização é falsa e está barrando alternativas importantes para o enfrentamento da crise social que o país vive. Para estimular o debate sobre essas alternativas, Sabrina Fernandes criou, em 2017, no Youtube, o canal Tese Onze, uma referência às Teses sobre Feuerbach, de Karl Marx, em especial a décima primeira tese: “os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”. Em seus espaços de atuação, ela vem procurando colocar em prática essa tese. E o seu público interlocutor vem crescendo: o Tese Onze já conta com mais de 175 mil assinantes.
Sabrina Fernandes esteve em Porto Alegre no dia 24 de junho para lançar seu livro “Sintomas Mórbidos. A encruzilhada da esquerda brasileira” (Autonomia Literária, 2019), na CirKula Editora, Livraria & Café. Em entrevista ao Sul21, ela falou sobre o livro, resultado de mais de cinco anos de pesquisa, onde tenta responder, entre outras questões, como a fragmentação da esquerda brasileira se expressa a partir dos acontecimentos de junho de 2013. Além de apresentar os principais pontos de sua pesquisa, ela defende a necessidade de a esquerda abraçar a radicalidade da crítica marxista ao capitalismo e abandonar a perspectiva de conciliação de classes para enfrentar os problemas políticos, sociais e econômicos do país. “É preciso dizer claramente que somos contra esse sistema, que nós somos antissistêmicos e não o Bolsonaro e que temos propostas para apresentar. O nosso caminho não é fácil pois é um caminho de ruptura que exige bastante coragem e tem gente que realmente tem medo disso”, afirma.
Sul21: Como é que nasceu o livro “Sintomas Mórbidos” e quais são os problemas e inquietações envolvendo a esquerda brasileira que você analisa nesta obra?
Sabrina Fernandes: Esse livro é resultado de mais de cinco anos de pesquisa. Eu terminei a minha tese de doutorado mas não queria simplesmente publicar a tese. Então, decidi escrever um livro baseado nesta pesquisa que trata da questão da fragmentação da esquerda no Brasil. Eu acredito que existe uma visão romântica sobre o tema da unidade da esquerda. Isso não é uma questão simples, onde basta nos darmos as mãos e andarmos todos juntos. É preciso entender porque a gente está dividido, em que medida essas divisões são resultado de práticas viciadas ou são conseqüência de diferenças de projeto político. Onde há essas diferenças de projeto político é preciso avaliá-las com cuidado para definir com qual projeto podemos avançar. Por isso coloquei como subtítulo do livro a expressão “A encruzilhada da esquerda brasileira”. A esquerda está diante de uma encruzilhada e, para sair dela, há vários rumos possíveis. Precisamos definir por qual rumo vamos caminhar.
Sul21: Os temas da divisão e da fragmentação acompanham a própria história da esquerda mundial. Qual o recorte histórico que você faz para analisar esse fenômeno aqui no Brasil?
Sabrina Fernandes: O que estou tentando responder é como a fragmentação da esquerda brasileira se expressa a partir de junho de 2013. Para isso, eu tenho que voltar também à década de 80 para fazer um pequeno panorama sobre como se deu o surgimento do Partido dos Trabalhadores, quais foram as primeiras cisões na década de 90, o surgimento do PSTU, do PSOL, como os movimentos sociais passam a se articular, as dificuldades do congresso sindical que poderia resultar numa unidade entre Conlutas e Intersindical, o que acabou não acontecendo. Para além do panorama histórico, o que procuro responder é como essa esquerda fragmentada responde a junho de 2013 e como ela passa a se articular a partir desse momento.
Sul21: Na tua avaliação, além de práticas viciadas há questões conceituais também, de formulação, que ajudam a explicar essa fragmentação?
Sabrina Fernandes: Sim. É necessário entender que a fragmentação não é uma questão de desacordos. Precisamos voltar à noção de teoria, das ideias e objetivos que animam as organizações de esquerda e como isso se dá na prática. Neste contexto, eu trago a questão da crise da práxis, a desconexão entre teoria e prática que temos visto na esquerda em geral. Não é problema de um partido apenas. Para além disso, é preciso ter em mente que nós estamos em uma conjuntura de despolitização. Mesmo que tenhamos muita gente falando de política hoje, isso não quer dizer que exista um debate entre sujeitos políticos inteirados de sua situação e que nossas ideias e objetivos sejam compatíveis com nossos interesses de classe. É por isso que vemos, por exemplo, uma pessoa explorada, da classe trabalhadora, votando em quem defende banqueiro. O modo como a esquerda lida com essa desconexão tem a ver com a sua práxis.
Sul21: Como você avalia o que aconteceu em junho de 2013, período que tomou como marco temporal da tua pesquisa?
Sabrina Fernandes: 2013 é um enigma e acho positivo que seja tratado como enigma. Decorreram apenas seis anos após junho de 2013 e muita coisa a gente ainda não viu se desdobrar. Querer colocar uma etiqueta no que aconteceu pode levar a muitos equívocos, inclusive etiquetas que foram colocadas naquela época. Sendo um enigma, há potencialidades a serem exploradas e há problemas que foram expostos ali que não nasceram em 2013. A crise de representação não nasce em junho de 2013, mas sim fica exposta naquele momento. Foi ali que muita gente percebeu o quanto as instituições políticas tinham perdido credibilidade e passou a expressar isso na rua. Essas expressões não foram necessariamente politizadas. Quando a gente vê uma faixa com os dizeres “Somos a rede social”, essa é uma expressão despolitizada, bastante problemática inclusive. Mas como é que respondemos a isso, nós, da esquerda organizada, que nos consideramos mais politizados?
Há diferentes respostas que se expressam na nossa própria fragmentação. Eu acho um erro muito grave dizer que o golpe iniciou em junho de 2013 porque isso nos isenta de pensar algumas questões importantes. A direita agiu sobre aquele momento e tirou vantagem daquele momento, mas será que não é importante nos questionarmos por que nós não conseguimos nos conectar com as multidões que foram para as ruas? É por que elas eram fascistas, necessariamente? Eram anti-esquerdistas ou anti-petistas e já havia uma rejeição nata? Por que não questionamos de onde partia aquela rejeição e se não seria possível desconstruir isso reconectando com a base social e, inclusive, construindo uma base nova?
Sul21: O tema da corrupção e da moralidade na política estiveram presentes em 2013 e em todo o período recente. Ao comentar o resultado da luta anti-corrupção na Itália, Slajov Zizek observou que o resultado político da Operação Mãos Limpas foi a eleição de Berlusconi. Aqui no Brasil, o resultado político da Operação Lava Jato foi a eleição de Bolsonaro. Qual sua opinião sobre esse tema da luta contra a corrupção no contexto do debate político brasileiro?
Sabrina Fernandes: O moralismo é muito forte. As pessoas tendem a acreditar que ser corrupto ou não é uma questão de a pessoa ser honesta ou não, como se a corrupção não fosse um tipo de prática que está mais atrelada a um sistema, a uma estrutura que favorece esse tipo de prática. Uma forma de combater a corrupção através da própria institucionalidade que, volta e meia, está favorecendo aquele arranjo, não terá resultado positivo para quem quer romper com essa barreira. Qualquer tentativa da esquerda de enfrentar o problema da corrupção utilizando as instituições do Judiciário e seus instrumentos de criminalização é tentar tampar o sol com uma peneira, de uma forma que a direita vai conseguir se apropriar facilmente.
A gente vê isso, desde a época do mensalão, pelo tratamento que a imprensa burguesa deu ao caso. O discurso era: tá vendo, esses esquerdistas são corruptos, eles tiram vantagem do povo. Por isso, não adianta querer seguir esse caminho. Temos que fugir do moralismo para tratar da corrupção. É preciso levar esse tema mais adiante e mostrar que o problema da corrupção está relacionado a um sistema econômico voltado para a propriedade privada e para garantir o lucro de alguns poucos. Não será fazendo coro com as instituições responsáveis pela criminalização, como se a Policia Federal ou o Judiciário fossem isentos. Agora, a Vaza Jato está expondo que essa isenção não existe, mas é preciso mostrar para as pessoas que o problema não se resume ao Moro ou ao Dallagnol, mas envolve o sistema judiciário como um todo.
Sul21: Considerando a pluralidade de posições que caracterizam a esquerda hoje, como você se situa dentro desse campo?
Sabrina Fernandes: Eu me situo como esquerda radical. Acredito que é interessante abraçarmos o conceito de radicalidade. Estamos vivendo um momento onde se fala que há muita polarização na sociedade e que seria necessário adotar uma postura moderada para escapar dessa polarização. Eu argumento o contrário. Essa polarização é falsa e está nos tirando algumas alternativas importantes. A direita diz que o comunismo é horrível e tem gente na esquerda dizendo a mesma coisa, fazendo coro com a direita e impedindo um debate politizado sobre o que seria uma alternativa rumo ao socialismo e como essa alternativa pode ser do interesse da maioria da sociedade, se ela se abrir para compreender o que é esse projeto político.
Isso passa por nós, da esquerda socialista, abraçar essa radicalidade e dizer claramente que somos contra esse sistema, que nós somos antissistêmicos e não o Bolsonaro e que temos propostas para apresentar. O nosso caminho não é fácil pois é um caminho de ruptura que exige bastante coragem e tem gente que realmente tem medo disso. Por isso, a solidariedade e o diálogo são tão importantes. Só com maioria que construiremos esse caminho.
Sul21: Você falou que a construção da unidade na esquerda não é meramente uma questão de vontade, de ficar repetindo que todos precisam se dar as mãos, exigindo um debate franco e aprofundado sobre projetos e práticas políticas. Do ponto de vista organizativo, como acredita que seja possível construir esse caminho?
Sabrina Fernandes: A unidade, na verdade, é um resultado, não um ponto de partida. Em períodos de campanha eleitoral, muita gente questiona por que as diferentes candidaturas de esquerda não fazem uma chapa conjunta, como se isso fosse unidade. Na verdade, é uma coligação, uma chapa eleitoral. Unidade se constrói pela base. Precisamos construir coisas conjuntamente a partir de objetivos conjuntos. A maior parte da esquerda, por exemplo, tem um acordo muito forte em torno da reforma agrária. Então, todas essas organizações tinham que estar fazendo ações conjuntas em relação à reforma agrária. Se fizermos isso no cotidiano, o resultado vai ser unidade.
Agora, tem gente falando em apresentar emendas para suavizar certos efeitos da reforma da Previdência. Mas, se estamos de fato fechados com a classe trabalhadora devemos estar fechados contra qualquer tipo de reforma da Previdência vinda desse governo. Não tem emenda nem melhoria em um projeto apresentado por um governo que está construindo um déficit artificial e impondo uma realidade que será extremamente dura para a classe trabalhadora.
Sul21: Considerando essa decisão de se situar dentro do campo da esquerda radical, como definiu a tua preferência partidária?
Sabrina Fernandes: O meu livro termina com uma discussão sobre o tema da unidade da esquerda e sobre a ideia de uma esquerda mosaico. Acredito que estamos vivendo um momento onde há necessidade de uma esquerda guarda-chuva. Estamos sob uma tormenta e precisamos estar debaixo de uma organização até para ter uma ferramenta de ação. Acredito que o partido é uma ferramenta muito importante para além do âmbito meramente eleitoral. Por conta da minha visão, que é um pouco mais heterodoxa, eu me enquadro mais na visão de um partido amplo e hoje no Brasil nós temos dois grandes partidos amplos, o PT e o PSOL. Levando em conta minhas críticas à conciliação de classe e ao próprio lulismo, o PSOL acabou sendo a minha alternativa. Não que o PSOL não tenha os seus problemas. Inclusive eu passo boa parte do livro traçando críticas ao PSOL.
Quando percebi que, nesta conjuntura, era preciso estar sob um partido, me pareceu que, como ecossocialista, o PSOL era o partido que tinha mais abertura para isso. Mas essa é uma disputa a se fazer. Todas as ferramentas políticas estão em disputa. As pessoas precisam compreender que se filiar a um partido ou a um sindicato não significa entregar os destinos da sua representação para os dirigentes dessas organizações. Cada um tem responsabilidade de fazer a disputa dos rumos da organização que escolher.
Sul21: A tua trajetória vem aliando pesquisa acadêmica, militância política e criação de espaços de debates nas redes sociais que representam uma novidade no campo da esquerda. Poderia nos contar como nasceu a ideia de criar o canal Tese Onze, no Youtube?
Sabrina Fernandes: O Tese Onze nasceu em 2017 a partir da constatação de uma necessidade. A gente estava fazendo debates nas redes sociais, mas eles não estavam rompendo a nossa bolha. A direita já ocupava muito bem esses espaços e a esquerda estava muito focada no Facebook. Mesmo depois que criei o canal e ainda estava no Facebook, fui percebendo que o Youtube era a rede que a gente precisava explorar com mais força. Inicialmente, o canal se chamava “À Esquerda”, mas decidi reformulá-lo e ele passou a se chamar Tese Onze. Percebi que ele tinha que ter vários quadros, se amplificar e ter uma pegada de Youtube e de youtuber. Tive que superar até um pouco do preconceito que eu tinha com a categoria de youtuber e assumir o papel de um tipo de comunicadora que está ali com o intuito de trazer subsídios para os debates.
É uma jornada complicada e difícil, pois a direita domina esse espaço. Junto com outros colegas que também estão no Youtube, tenho tido bons resultados, não somente em termos de furar a bolha. A gente tem que perguntar: furar a bolha pra quê mesmo? Temos que pensar também em termos organizativos, incentivando as pessoas a se filiarem em organizações, participarem de mobilizações nas ruas, criarem coletivos, grupos de debate e de leitura. O canal é só uma ferramenta. O importante é o que se faz com isso.
Sul21: Por que a escolha pelo nome Tese Onze?
Sabrina Fernandes: O nome corresponde à décima-primeira tese de Karl Marx sobre Feuerbach, onde ele está rompendo com o idealismo, mas também com o materialismo de Feuerbach. É uma tese que tem a ver com o materialismo histórico, onde Marx diz que os filósofos interpretaram o mundo, mas o objetivo deve ser transformá-lo. Isso quer dizer que a interpretação é, sim, importante, mas é preciso perguntar para que a gente quer compreender a realidade. O objetivo da minha escolha foi deixar claro que não se trata apenas de um canal de esquerda, mas sim de um canal marxista, que também traz críticas à esquerda, críticas à esquerda liberal e procura fazer essa ponte entre o debate e a prática.
Sul21: Dentro da esquerda hoje, não tem muita gente que reivindique explicitamente a atualidade do pensamento de Marx como você faz. Qual é, na tua opinião, a força e a atualidade de Marx para a formulação e prática política da esquerda?
Sabrina Fernandes: Eu fico muito irritada quando ouço alguém dizendo que o marxismo é anacrônico, uma ideia de 200 anos atrás. O capitalismo é uma ideia de 200 anos atrás também e está vivo. O marxismo também precisa estar vivo. Há, é verdade, intérpretes da tradição marxista que ficaram parados e que não conseguem compreender, por exemplo, a necessidade de lidar com a luta contra as mudanças climáticas, de abraçar as lutas anti-opressão como parte da luta por uma outra sociedade.
O marxismo que eu defendo é um marxismo vivo que está presente na obra de Marx. O materialismo histórico é uma metodologia de compreender a produção e a reprodução da vida. Então, é totalmente plausível que continuemos a utilizar esse método hoje. Eu acredito que é aquele que mais acerta. Nós tivemos derrotas nas nossas experiências socialistas, mas em termos de compreensão do mundo os nossos acertos são muitos. Cabe a nós fazer essa ponte entre a nossa análise e a nossa estratégia política para que esses acertos se traduzam na prática para a construção de outra sociedade.
Sul21: Nos espaços que ocupa nas redes sociais, você participa de muitos debates não só com militantes de esquerda. Você acredita que é possível – e necessário – fazer também um debate com integrantes da base bolsonarista?
Sabrina Fernandes: O debate com a base de Bolsonaro é possível, mas é preciso que a gente faça uma pergunta estratégica: com quem estamos debatendo e quais os interesses materiais reais dessa pessoa? Eu acredito que vale muito mais a pena, por exemplo, passar uma hora de um debate ferrenho, mas também acolhedor, com um trabalhador que pega dois ou três ônibus por dia, que é explorado por seu patrão ou está numa situação de trabalho intermitente, sem carteira assinada, e acreditou que o Bolsonaro era um candidato anti-sistema e vai resolver os problemas, do que passar dois minutos com uma liderança do MBL, que tem um interesse de classe concreto burguês.
O que precisamos mostrar para esse trabalhador é que ele defende várias ideias interessantes em defesa de mais educação, saúde e segurança, mas o candidato que ele apoia tem outros interesses. Pode até falar que defende mais educação, mas é mais educação privada. Assim, precisamos ter um debate com a base bolsonarista, mas com a base trabalhadora que foi levada pelas fake news e pela despolitização a acreditar que Bolsonaro era uma alternativa e mostrar que de alternativa ele não tem nada.
Sul21: Como você avalia a situação do ex-presidente Lula e o significado, na atual conjuntura, da campanha pela sua libertação?
Sabrina Fernandes: A própria prisão do Lula é um tipo de sintoma da realidade que estamos vivendo, com o sequestro total das instituições democráticas burguesas. Eles podem fazer absolutamente tudo. No ano passado, eu fiz algumas críticas à própria estratégia do PT de colocar ainda tanta força nos tribunais e no STF como se, magicamente, os magistrados ficariam a favor, quando esses próprios magistrados vêm de uma classe específica e têm seus próprios interesses. Há um processo de desmocratização dessas instituições, que já não eram democráticas para boa parte da população. Basta a gente olhar para o fenômeno do encarceramento em massa, que também ocorreu, inclusive, sob os governos do Lula e da Dilma.
Os integrantes do Judiciário já não tem mais nenhum pudor em como lidam com isso. A Vaza Jato está mostrando isso. Não será através de um convencimento do Judiciário que as coisas irão mudar. Qualquer projeto de liberdade do Lula precisa passar por mobilização social e popular, que vai muito além do acampamento em Curitiba e da militância organizada de esquerda. É preciso pensar por que existe uma boa parte da população que elegeria Lula presidente no lugar de Bolsonaro, mas que não está disposta a ir pra rua exigir Lula livre. Como é que a gente traz essas pessoas de volta depois de um processo tão grande de desmobilização. Acredito que pedir a liberdade do Lula não significa necessariamente falar que Lula é a única alternativa eleitoral que a gente tem. Precisamos ter essa liberdade e ter em mente que a liberdade de pautar alternativas passa pela reivindicação democrática também. Esse debate vai além da própria figura do Lula.
Fonte: Sul 21