Em meio à pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro não tem ministros da Saúde e da Educação. A última vez que os ministérios estiveram desfalcados ao mesmo tempo foi em setembro de 1962, período que antecedeu o golpe militar de 1964
O governo Bolsonaro não tem ministros efetivos da Saúde e da Educação, algo que não acontecia há 58 anos no Brasil. De acordo com reportagem do UOL, a última vez que os ministérios estiveram desfalcados assim, ao mesmo tempo, foi em setembro de 1962, período que antecedeu o golpe militar de 1964.
Na época o Brasil vivia uma crise profunda desde a renúncia do presidente Jânio Quadros, um ano antes, e experimentava o regime parlamentarista em que o escolhido pela pasta não era o então presidente João Goulart, mas um primeiro-ministro.
“O presidente e o vice eram eleitos separadamente, e em 1961 houve uma eleição cruzada: Jânio e João Goulart tinham dois projetos completamente antagônicos, então [a ala conservadora] não queria que o Goulart assumisse, porque ele era tido como esquerdista, comunista”, explica o historiador Cássio Silva Moreira.
Atualmente, as pastas são consideradas vitais para os brasileiros, segundo Datafolha. De acordo com a pesquisa, os principais problemas do Brasil, na visão da população, são as áreas da educação e da saúde, sendo que esta última foi considerada o principal problema do Brasil por 18% dos entrevistados.
Em meio à uma pandemia que avança em ritmo acelerado na direção de colocar o país como epicentro da doença no mundo, o ministério da Saúde está nas mãos do interino Eduardo Pazuello, e o da Educação não tem ministro desde a demissão de Abraham Weintraub.
Fonte: Brasil 247